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Seis anos e dez dias depois dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, a Polícia Federal finalmente prendeu os suspeitos de serem mandantes da morte da vereadora.

A operação conjunta da PF, da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio (este, acusado de ser coautor).

Além das três prisões, foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado. Os agentes apreenderam documentos e levaram eletrônicos para perícia.

Em nota, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou “a operação conjunta tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação” e que “também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça”.

Em seu perfil nas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, escreveu: “Só deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê? Agradeço o empenho da PF, do governo federal, do MP federal e estadual e do ministro Alexandre de Moraes. Estamos mais perto da Justiça! Grande dia!”.

Os investigadores ainda trabalham para definir a motivação do crime, mas eles acreditam que tenha a ver com a expansão territorial da milícia no Rio.

Os agentes da PF decidiram fazer a operação no início deste domingo para surpreender os suspeitos. Informações da inteligência da polícia indicavam que eles já estavam em alerta nos últimos dias, após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa.

Ao aceitar o acordo de colaboração com a PF, Lessa apontou quem eram os mandantes e também indicou a motivação do crime.

Lessa está preso desde 2019, sob acusação de ser um dos executores do crime.

Os mandantes, segundo o ex-PM, integram um grupo político poderoso no Rio com vários interesses em diversos setores do Estado. O ex-PM deu detalhes de encontros com eles e indícios sobre as motivações.

 

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