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A Procuradoria-Geral da República (PGR) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontaram “forte ligação” do deputado federal Carlos Jordy (PL–RJ) com Carlos Victor de Carvalho. CVC, como é conhecido, foi identificado como uma “liderança da extrema direita” de Campos dos Goytacazes (RJ) e chegou a ser preso pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

“Foi apurado no curso da investigação, quando da análise das mídias, de dados obtidos nas contas de e-mail ou em fontes abertas, que Carlos Victor de Carvalho possui fortes ligações com o deputado federal Carlos Jordy, que transpassa o vínculo político, vindo a denotar-se que o parlamentar, além de orientar, tinha o poder de ordenar movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região”, informa o parecer da PGR.

As investigações da PF encontraram diálogos, via mensagens de celular, em que CVC pede orientações e autorizações a Jordy com o objetivo de organizar os atos antidemocráticos após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

Em um dos diálogos, CVC diz: “Bom dia meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo”. Em seguida, o deputado responde: “Fala irmão, beleza? Está podendo falar aí?”.

De acordo com a PF, foram encontradas conversas entre Jordy e CVC em 627 registros, incluindo mensagens de texto e de áudios, anexo e ligações. Entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, são 22 registros.

DECISÃO

Em decisão que autorizou a operação da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes afirma que o deputado federal “efetivamente orientava”, ao menos, uma liderança golpista.

“Especificamente em relação ao parlamentar Carlos Roberto Coelho de Mattos Júnior [deputado Carlos Jordy], nota-se que as diligências investigativas levadas a cabo pela Polícia Federal revelaram uma forte ligação entre ele e o investigado Carlos Victor de Carvalho, ‘uma liderança da extrema direita local’, responsável não somente pela administração de vários grupos de WhatssApp com temática de extrema direita, mas também pela organização dos inúmeros eventos antidemocráticos na cidade de Campos/ RJ, e a presença de indícios de que o parlamentar seria a pessoa que efetivamente orientava as ações em tese organizadas por Carlos Vitor, não se tratando portanto apenas de uma relação de afinidade entre ambos”, informa Moraes na decisão.

OPERAÇÃO

O deputado federal Carlos Jordy foi alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do parlamentar e também no gabinete na Câmara dos Deputados, em Brasília.

No total, a PF cumpriu dez mandados de busca e apreensão, sendo oito no Rio de Janeiro e dois no Distrito Federal.

A Lesa Pátria tem o objetivo de “identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e o início do ano passado”, quando no dia 8 de janeiro de 2023 golpistas invadiram as sedes dos Três Poderes.

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