O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,8% em relação ao trimestre anterior, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta terça-feira (4). O número representa um crescimento na economia do país após dois trimestres de resultados próximos de zero.
Em comparação com o mesmo período de 2023, o PIB avançou 2,5% e acumula alta de 2,5% em quatro trimestres.
A alta teve influência, principalmente, dos serviços (1,4%) e da agropecuária (11,3%). A Indústria ficou praticamente estável (-0,1%). O consumo das famílias avançou 1,5%, enquanto os investimentos cresceram 4,1%.
“Depois de dois trimestres de estabilidade, o PIB voltou a crescer, puxado basicamente pelos serviços”, afirma Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Na comparação com o 1º trimestre de 2023, a Indústria cresceu 2,8%, e os serviços, 3,0%. A agropecuária recuou 3%, devido à base alta de comparação do ano passado.
Dados do PIB de 2023
O IBGE também divulgou uma correção nos dados do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. No terceiro trimestre, o PIB cresceu 0,1%. No quarto, caiu 0,1%. O número divulgado na época era zero para os dois períodos.
Outro destaque do PIB foi o aumento dos investimentos, alavancados pelo aumento na importação de bens de capital, no desenvolvimento de software e na construção. A taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB, abaixo, no entanto, dos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023.
Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, houve mudança na contribuição do setor externo para o crescimento da economia. “Em 2022 e 2023, o setor externo havia contribuído positivamente, com as exportações crescendo mais do que as importações. Nesse primeiro trimestre, essa contribuição virou negativa. Estamos importando muitas máquinas e equipamentos e bens intermediários e o real se valorizou”, diz.
“Tivemos um crescimento da economia totalmente baseado na demanda interna”, completou.
Ranking mundial
A previsão é que o PIB suba cerca de 2% este ano e, com isso, o Brasil deve chegar à oitava posição no ranking das maiores economias do planeta.
Poupança
O IBGE aponta, ainda, que a taxa de poupança teve uma queda importante. O indicador caiu para 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre de 2023. “Como o consumo das famílias cresceu bem acima do PIB, consequentemente a poupança diminuiu”, explica Rebeca Palis.
A tragédia socioambiental que afeta o Rio Grande do Sul é um fator de incerteza para os próximos meses do ano. Também são esperados, no entanto, efeitos positivos da reconstrução da região até o final do ano.
Palis afirmou que o Rio Grande do Sul tem uma participação de 6,5% no PIB do Brasil e que metade dos municípios, em termos de valor, estão em estado de calamidade. Os impactos na economia só serão verdadeiramente medidos nos próximos meses.
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