A expectativa no Palácio do Planalto é de que ocorra uma reunião nesta semana entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e com o do Senado, Rodrigo Pacheco. A data, no entanto, ainda não foi marcada.
O encontro ocorrerá em meio a uma crise aberta na articulação do governo com o Congresso, após declarações públicas do presidente da Câmara, Arthur Lira, criticando o ministro da Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Temor no Planalto
Aliados e auxiliares diretos do presidente passaram a temer que os problemas na relação entre os Poderes se aprofundem, com risco de novas derrotas no Parlamento. A informação é do jornal O Globo.
Segundo a avaliação de integrantes do governo, o modelo em que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, negocia com Lira, enquanto Padilha trata com os líderes partidários, não funciona.
A articulação política, na avaliação desses mesmos integrantes do governo, precisa de uma linha única de atuação e que as conversas separadas com Lira e com líderes podem funcionar para discussões de pautas estruturantes, como as da agenda econômica. Na rotina de votações, o modelo atual pode gerar ruídos.
Lula

A avaliação do governo é de que o presidente Lula precisa entrar em ação para alinhar os ponteiros. Foto: Agência Brasil
A avaliação do governo é de que o presidente Lula precisa entrar em ação para alinhar os ponteiros, em movimento similar ao feito em fevereiro e no começo de março, quando atuou diretamente na relação com o Congresso Nacional.
A ofensiva para tentar melhorar a relação com os parlamentares deve incluir ainda reuniões do presidente com os vice-líderes do governo na Câmara e no Senado. O objetivo é ampliar o contato direto de Lula com os parlamentares da base do governo.
O presidente e seus auxiliares definiram ainda que vão fazer uma mobilização para impedir a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece a volta do quinquênio, benefício dado a juízes e promotores a cada cinco anos com aumento de 5% do salário.
Governadores, inclusive de oposição, serão procurados para serem convencidos a atuarem contra o texto com o argumento de que o benefício poderia afetar os cofres estaduais e gerar efeito cascata sobre o salário de servidores.
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