Investigação da Polícia Civil de São Paulo aponta que aliados do presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Leonardo Alves Araújo, o Leonardo Avalanche, trocariam carros de luxo por cocaína para o Primeiro Comando da Capital (PCC). O partido é o mesmo que lançou Pablo Marçal para concorrer à prefeitura da capital paulista.
Segundo os jornalistas Heitor Mazzoco e Marcelo Godoy, do Estadão, a investigação envolve Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, e Júlio César Pereira, o Gordão, que seria sócio de Escobar. Ambos são apontados pela Polícia Civil como homens de confiança de Leonardo Avalanche.
Polícia Civil: indiciamento
De acordo com a investigação, que ainda está em andamento, Escobar e Gordão foram indiciados em 2023, após a Polícia Civil apreender, em 6 de agosto de 2020, com Francisco Chagas de Sousa, o Coringa, uma arma, drogas, um celular e um pendrive.
Ainda segundo a Polícia Civil, no pendrive haveria “material relacionado ao controle de integrantes do PCC”. Já no telefone celular de Coringa, os investigadores conseguiram recuperar conversas relacionadas ao PCC.
A investigação apontou que Escobar e Gordão seriam investidores do tráfico de drogas. Ele ficariam responsáveis por entregar veículos de luxo a Coringa, que os enviava ao Paraná para serem trocados por grandes quantidades de drogas. Os entorpecentes eram, então, revendidos a compradores em larga escala e o lucro obtido era dividido entre os três.
“Nos diálogos mantidos entre ambos (Coringa e Gordão), ficou evidente tratar-se de negociação de veículos com o fim de que sejam trocados por drogas”, escreveram os investigadores chefiados pelo delegado Alex Endo, da Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes.
Partido
Segundo a reportagem do Estadão, no dia 18 de março, Avalanche nomeou Escobar para a presidência estadual do partido em São Paulo. Ele, no entanto, ocupou o cargo por apenas três dias, sendo afastado oficialmente por “não ter título de eleitor”.
Escobar, contudo, continuou se apresentando como presidente estadual em reuniões políticas até a revelação do caso. Ele também chegou a participar de eventos com a presença de Pablo Marçal, que se filiou ao PRTB em abril e teve sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo confirmada em maio.
Defesa
Procurados, os acusados negaram qualquer ligação com a facção criminosa. Avalanche disse ter rompido com Escobar após as primeiras reportagens do Estadão.
Já Pablo Marçal, depois da publicação da reportagem, disse, nas redes sociais, não pedir “certidão negativa de ninguém” e que já tirou “20 mil fotos nessa campanha”. Em entrevista recente, antes do debate na TV Band, ele disse que Avalanche é quem devia explicações.
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