Mateus Coutinho — Brasil de Fato
O ex-ministro do GSI durante o governo Jair Bolsonaro, general Augusto Heleno, foi intimado pela Polícia Federal para depor na investigação sobre a “Abin paralela” que teria sido montada durante aquela gestão para monitorar desafetos políticos e levantar informações de interesse da família do presidente.
O depoimento está previsto para ocorrer na próxima terça-feira, (6). Durante o governo Bolsonaro, a Abin ficava submetida ao GSI, que era comandado por Heleno. Até o momento, porém, seu nome não havia sido mencionado nas decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que autorizaram as operações para investigar o esquema de espionagem ilegal e que teria envolvido o diretor da Abin no governo Bolsonaro, Alexandre Ramagem, e o vereador de filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro (Republicanos–RJ).
Ambos foram alvos recentes de mandados de busca e apreensão no âmbito da operação chamada Vigilância Aproximada. Atualmente, no cargo de deputado federal, Ramagem teve seus endereços residenciais e seu gabinete revistados pela Polícia Federal na semana passada e, a partir do que foi encontrado nas buscas e com a quebra de sigilo das comunicações do deputado, a PF avançou e realizou na segunda-feira (29), buscas nos endereços de Carlos Bolsonaro no Rio e em Brasília.
A suspeita da PF é de que Carlos Bolsonaro recebia as informações da estrutura que seriam levantadas ilegalmente pela estrutura paralela de espionagem.
Heleno sempre negou ter conhecimento sobre a existência de uma “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro.
Pergunte ao Chat ICL
Relacionados
PF mira deputado Félix Mendonça (PDT), em operação na BA contra desvio de emendas
Operação autorizada pelo STF inclui quebra do sigilo telefônico de Félix Mendonça e afastamento de dois prefeitos
Piloto da Copa Truck e policiais civis de SP são presos em operação da PF
Segundo a PF, as apurações indicam que os investigados atuavam para favorecer ilegalmente pessoas investigadas em inquéritos criminais, mediante o pagamento de vantagens indevidas
Ministro Rui Costa mantém silêncio sobre escândalo na Abin, que faz parte da sua pasta
Mesmo com escândalo da "Abin paralela", acusações de obstrução de justiça e de assédio, diretoria segue no comando da agência