A Polícia Federal (PF) prendeu, no domingo (17), em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, o hacker responsável pela invasão em 2021 ao sistema do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3), localizado em São Paulo.
O hacker Selmo Machado da Silva é acusado de arquitetar o ataque cibernético ao sistema conhecido como processo judicial eletrônico (Pje). Seu objetivo era modificar documentos eletrônicos, especialmente assinaturas de agentes públicos, a fim de obter vantagens pessoais.
Silva falsificou pareceres do Ministério Público Federal em seis processos que tramitavam no TRF3, nos quais ele figurava como réu, alterando as manifestações dos procuradores para sugerir absolvição em vez da condenação originalmente proposta. Ele tinha como comparsa Diego Guilherme Rodrigues.
A Polícia Federal começou a investigar depois que dois juízes federais de São Paulo detectarem alterações em documentos, incluindo o uso fraudulento de suas assinaturas digitais.
Selmo, que está relacionado na lista de difusão vermelha da Interpol, foi encontrado pela PF em uma casa do Jardim Aero Rancho.
Houve alteração de documentos em pelo menos oito processos: dois cíveis e seis criminais. O objetivo, além da auto absolvição criminal, seria a liberação e a consequente apropriação de valores pendentes em ações judiciais para contas controladas pelo próprio criminoso.
Quando ainda era procurado, Selmo foi condenado a nove anos de prisão pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsificação de documento público. Diego foi sentenciado a cinco anos.
Procurados pelo G1, a defesa de Selmo, feita pelo advogado Matheus Pelzl, disse que o processo caminha “de modo totalmente ilegal”, principalmente pelo fato de o crime ter sido supostamente cometido em desfavor daqueles que estão julgando o caso.
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