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Policiais federais negociam delação sobre operações da PRF nas eleições de 2022

Agentes da corporação também poderão contribuir com as investigações dos ataques golpistas de 8 de janeiro. Se homologadas, alvo será o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres
22/09/2023 | 17h42

A Polícia Federal negocia a delação premiada de dois agentes da corporação no inquérito que apura a suposta interferência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022 e nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Eles teriam manifestado interesse em colaborar com as investigações e atualmente os depoimentos estão em processo de averiguação prévia da própria PF. Se houver acordo, a Justiça poderá fazer a homologação. A informação é da Folha de São Paulo.

Se homologadas, as delações poderão contribuir com as investigações sobre as operações da PRF realizadas durante as eleições de 2022 e dos ataques golpistas à sede dos Três Poderes. Um dos principais alvos, caso ocorram as homologações, será o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que chefiava a PRF durante o governo Jair Bolsonaro e teria ampliado o número de abordagens a ônibus às vésperas do segundo turno.

Anderson Torres também é alvo das investigações que apuram os ataques em 8 de janeiro, quando ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Exonerado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) no próprio dia 8, ele foi preso após ao retornar dos Estados Unidos.

A PF investiga também outros três integrantes da corporação que estavam cedidos para o Ministério da Justiça em outubro de 2022. Entre elas, Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça. No celular dela foi encontrada uma planilha com os nomes das cidades em que Lula recebeu mais de 75% dos votos no primeiro turno.

Segundo as investigações, um ajudante de Marília afirmou ter recebido a tarefa de realizar o mapeamento. Ele também teria relatado as blitze da PRF focaram as cidades em que Lula foi o mais votado. Após a saída de Torres do Ministério da Justiça, Marília ficou como responsável pela inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

Em depoimento à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em agosto, Anderson Torres afirmou que não “deu andamento” às informações levantadas sobre as cidades onde Lula e Bolsonaro tiveram mais votos no primeiro turno porque não achou a métrica adequada.

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