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Andrea Dip

Jornalista investigativa e estudante de psicanálise. Autora do livro-reportagem “Em nome de quem? A bancada evangélica e seu projeto de poder". É pesquisadora na Freie Universität de Berlim e apresenta o podcast Pauta Pública na Agência Pública de Jornalismo Investigativo.

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Polônia elege conservador de direita como presidente

Aliado de Trump, Karol Nawrocki quer um país sem imigrantes
04/06/2025 | 17h51
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No último domingo (1º) foi a vez da Polônia eleger como presidente um candidato nacionalista, cético da União Europeia, aliado de Donald Trump e grande aposta da extrema direita local.

O historiador de 42 anos Karol Nawrocki,  que anteriormente dirigia um instituto de lembrança nacional, ganhou um segundo turno apertado, com 50,89% dos votos contra o liberal e pró União Europeia Rafal Trzaskowski, que obteve 49,11%, e assumirá o cargo em agosto.

Ele fez campanha com a promessa de garantir que as políticas econômicas e sociais favorecessem os poloneses em relação a outras nacionalidades, incluindo refugiados da vizinha Ucrânia.

Nawrocki foi nomeado pelo partido ultraconservador de direita Lei e Justiça (PiS). O partido o apresentou como um “candidato cidadão” não partidário e independente, seguindo a fórmula eficaz do “outsider”, alguém que não vem da política tradicional – embora sua campanha eleitoral tenha sido paga e organizada pelo PiS e seu programa tenha correspondido ao programa do PiS.

No discurso de vitória, o presidente eleito declarou: “Conseguimos unir todo o campo patriótico”, citando “Polônia sem migrantes” como seu objetivo político.

Dias antes do segundo turno, a Polônia sediou pela primeira vez um CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora) – atualmente  mais importante evento de extrema direita global que começou nos Estados Unidos na década de 1970 – que serviu como grande propaganda de campanha para Karol Nawrocki.

Assim como Elon Musk e Marco Rubio fizeram e fazem propaganda eleitoral aberta para o partido extremista AfD na Alemanha, a secretária de Segurança Interna dos EUA e importante aliada de Trump Kristi Noem falou abertamente sobre o apoio do governo Trump à Karol Nawrocki: “Donald Trump é um líder forte para nós, mas vocês têm a oportunidade de ter um líder igualmente forte em Karol, se o elegerem líder deste país”.

E continuou: “Se elegerem um líder que irá trabalhar com o presidente Trump, o povo polonês terá um aliado forte. Vocês continuarão a ter uma presença militar dos EUA aqui e terão equipamentos fabricados nos EUA, de alta qualidade.”

Ela também “alertou” sobre o perigo representado pelos “socialistas e pessoas como este prefeito de Varsóvia [Trzaskowski, que concorria à presidência], um líder absolutamente desastroso”.

No início deste mês, Nawrocki havia sido convidado à Casa Branca para conversas com autoridades americanas, incluindo uma reunião com Donald Trump no Salão Oval.

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