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Lindener Pareto

Professor e Historiador. Mestre e Doutor pela USP. Curador Acadêmico no Instituto Conhecimento Liberta (ICL). Apresentador do “Provocação Histórica", programa semanal de divulgação de História, Cultura e Arte nos canais do ICL.

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Por uma nova Receita de Ano Novo

"Se quer um Ano Novo sem comparação, Recupere o tempo perdido, Tome os meios de produção"
29/12/2024 | 23h14

Para você ganhar belíssimo Ano Novo,

da cor da sua ira (ou sua paz), não se iluda,

vá à luta, derrube o Capital e o Capataz

 

Se quer um Ano Novo sem comparação

Recupere o tempo perdido

Tome os meios de produção

 

Para um Ano Novo de nova

sementinha, vinda do coração

Recupere a poesia, faça a Revolução

 

Se quer Ano Novo de salário digno

E reconhecimento do árduo ofício

Não precisa fazer lista

Põe de pé a guilhotina

 

Mas se a violência do Terror não passa

pela sua percepção, não se avexe

Faça greve e barricada

Uma cruzada operária

 

Não precisa chorar pelos cantos

Levante-se das lágrimas de sangue

entre as nações e reivindique

a unidade proletária, benfazeja e planetária

 

Liberdade com gosto de pão

vem da luta, da esperança,

vem da mãe terra milagrosa

plena de comoção

 

Para ganhar um Ano Novo

pleno de amor, ação, revolução

você, meu caro, minha cara, tem de construí-lo

sem as falácias do destino-capitalismo que há muito nos condenou

 

Ora, tem de fazê-lo efetivamente

novo, alegre, firme e consciente

Dentro e fora de você,

dialeticamente

 

Na coletividade, o Ano Novo

não cochila e nem espera

Ele age feito coice, fera, algoritmo, foice

Na noite do tempo, na balada das horas

 

Para despertar no dia primeiro a sua aurora

Os seus direitos, trabalho justo, seu passeio

A sua casa, seu desejo de morada

 

Para seu reencanto, para além dos (365) dias de cativeiro,

A hora é agora! Não demora! Vamos!

Faça do mundo um lugar revolucionário o ano inteiro,

Sem calendário opressor, sem mandatários,

Sem uma multidão de condenados!

 

Feliz novo ano num mundo sem amos! 

 

***

O historiador-autor cometeu o sacrilégio de parafrasear (livre e tolamente) o poema “Receita de Ano Novo”, do poeta-maior Carlos Drummond de Andrade. Espero que um dia, no poesia do mundo, ele possa nos perdoar.

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