Jair Bolsonaro (PL) convocou nas redes sociais um ato em defesa própria na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 25 de fevereiro, mas a maioria dos aliados do ex-presidente ainda não se empolgou com o chamado. É o que revela reportagem de Eduardo Scolese, da Folha de S.Paulo.
A Folha procurou 20 lideranças ligadas a Bolsonaro, entre elas senadores e governadores. Por enquanto, apenas três confirmaram presença na manifestação, quatro disseram que não irão e os outros não responderam.
A convocação para o ato se dá em meio às investigações da Polícia Federal sobre um plano de golpe de Estado pelo qual Bolsonaro, ex-ministros e assessores são investigados.
“Nesse evento eu quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa nos últimos meses”, disse Bolsonaro ao convidar apoiadores para o ato.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mostrou nesta quarta-feira (14) que segue leal a Bolsonaro. “É uma manifestação pacífica a favor do [ex-] presidente, e estarei ao lado dele, como sempre estive”, disse à CNN Brasil.
Além de Tarcísio, confirmaram presença apenas os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), ex-chefe da Casa Civil, e Marcos Pontes (PL-SP), ministro de Ciência e Tecnologia entre 2019 e 2022.
DISSERAM NÃO
As senadoras Tereza Cristina (PP-MS) e Damares Alves (Republicanos-DF) disseram que não vão devido a compromissos já agendados. Elas compuseram o ministério de Bolsonaro nas pastas de Agricultura e de Mulher, Família e Direitos Humanos, respectivamente.
Já Hamilton Mourão, hoje senador pelo Republicanos e ex-presidente da República, disse por meio da assessoria que não iria comentar o ato convocado por Bolsonaro.
INDECISOS
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB), o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), não responderam à Folha.
Também não responderam os governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Mauro Mendes (União Brasil-MT), Marcos Rocha (União-RO), Ratinho Junior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO) e Wilson Lima (União Brasil-PA).
PRISÃO
Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, Bolsonaro pode pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.
Ele ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre os crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar a operação Tempus Veritatis na última quinta-feira (8).
O ex-presidente já foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por mentiras sobre o sistema eleitoral e é alvo de outras investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, ele está inelegível ao menos até 2030.
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