A gasolina subiu quase o triplo da inflação nos últimos 12 meses. Enquanto a inflação ficou em 10,79%, segundo IPCA-15 do mês passado, a alta da gasolina em um ano foi de 30,7%.
Em abril de 2021, o combustível custava em média R$ 5,737 e hoje o preço médio da gasolina nos postos do país fechou a primeira metade de abril em R$ 7,498 o litro. Trata-se do maior valor já registrado, de acordo com a ValeCard, especializada em soluções de gestão de frotas.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, entre 1º e 13 de abril, o aumento foi de 2,9%, em comparação com março, quando o preço médio da gasolina ficou em R$ 7,288 o litro. Entre os estados que registraram as maiores altas estão Piauí (5%), Paraná (4%) e Pernambuco (3,9%). Apenas a Bahia registrou queda no valor da gasolina na primeira quinzena de abril (-2%). Entre as capitais, Teresina (R$ 8,245), Aracajú (R$ 7,760) e Rio de Janeiro (R$ 7,758), registraram as maiores médias no preço da gasolina. Já o litro do álcool chegou a R$ 5,076, com alta de 4,61% no mesmo período.
PPI
A explosão do preço da gasolina é resultado da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), prática iniciada pela Petrobras em 2016, durante o governo de Michel Temer e mantida pelo atual governo de Jair Bolsonaro.
Essa política consiste em reajustar os preços dos combustíveis no país de acordo com a variação do preço do petróleo no mercado internacional, que é estipulado em dólar. O PPI garante altos lucros aos acionistas da Petrobras, enquanto prejudica trabalhadores e empresários que produzem e recebem em reais.
Entre o final de março e início de abril, houve forte redução do preço do petróleo, com o barril cotado a menos de USS$ 100. No entanto, a Petrobras não repassou essa queda ao mercado interno. Já nos últimos dias, os preços voltaram a subir, com o barril tipo brent sendo cotado em cerca de R$ 113 (valor desta segunda-feira, 18).
Preço no mercado internacional
Para os economistas do Boletim Economia para Todos Investidor Mestre, André Campedelli e Deborah Magagna, “a alta dos preços do petróleo, que parecia estar se revertendo em março, deve continuar em processo de aceleração. Mantidas as situações entre Rússia e Ucrânia e da política da OPEP o cenário não deve mudar no curto prazo, ainda que haja esforços dos demais países do mundo em aumentar a produção de petróleo”.
Segundo eles, uma das possibilidades de amenização do preço do petróleo seria uma mudança da política de produção do óleo bruto pela OPEP. “Porém, em seu relatório de abril, houve indicação de que não deve ocorrer nenhuma grande alteração na elevação da produção praticada pela entidade, o que deve fazer com que o preço da commodity continue com preço elevado nos próximos meses”, explicam.
Redação ICL Economia
Com informações das agências
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