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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

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Prefeito não se arrepende de atraso: ‘Tomei as decisões enquanto estava com os dados’

Prefeito Jairo Jorge disse que achou "impulsivo" o planejamento original
08/05/2024 | 12h18

Com Igor Mello

O prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD-RS), afirmou em entrevista à coluna que não se arrepende de ter interrompido o planejamento para a transferência dos pacientes na sexta-feira (3). Segundo ele, teve medo de que uma remoção “atabalhoada” resultasse em mortes.

Questionado sobre a interrupção do plano de contingência, ele disse que achou “impulsivo” o planejamento original. “É importante entender o seguinte: nós temos aqui um gabinete de gestão de crise, nós nos reunimos duas vezes por dia e obviamente que, nesse cenário, havia um plano de contingência, um pouco impulsivo, no sentido de retirar imediatamente. Eu orientei, no sentido de que fosse uma retirada com cautela, porque tinha receio de que se fizesse de uma forma atabalhoada, eles morressem”, afirmou.

“Na quinta-feira, de fato, eu disse, olha vamos ter cautela na transferência, só que às 10 horas da manhã (sexta). Nós demos a ordem de evacuação. Por que não foi evacuado rapidamente? Foi uma escolha também do processo, não minha”, afirmou.

“A decisão de não implantar, ela foi tomada às 5 da tarde, de não fazer de forma rápida, acelerada, num cenário das 5 horas de quinta-feira (2) da tarde. Na manhã de sexta-feira, nós determinamos a evacuação. O hospital retomou seu plano de contingência. Por que não foi feito, então? Quando se deu a ruptura não tinha água nenhuma até às 4:30 da manhã, nenhuma gota”, disse Jorge. Imagens dos profissionais de saúde, porém, mostram a entrada do hospital já cheia de água por volta das duas horas da manhã de sábado.

A coluna perguntou ao prefeito de quem era a responsabilidade de efetuar a transferência e informou que os profissionais receberam mensagens dizendo que a remoção não estava autorizada até às 4 da manhã de sábado. Ao dizer que “houve alguma falha de comunicação”, ele disse que vai determinar uma sindicância.

“O prefeito é sempre a responsabilidade máxima”, disse. “A informação que eu recebi é que começou o processo e que eles estavam fazendo de forma mais lenta e que já haviam retirado os pacientes. Essa é a informação que eu tenho. Eu vou determinar investigação. Eu sou autoridade como prefeito. Não me eximo das minhas responsabilidades, quero deixar claro. Mas a ordem de evacuação foi dada por mim, às 9h30 da manhã (de sexta)”, completou. “Agora, se houve algum problema na ordem de comando, ou, se a avaliação foi retirar mais lento, ou, se essa era a orientação desde o início, é isso que nós vamos apurar”.

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