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Balanços prévios mostram prejuízo de R$ 594 milhões à agricultura do Rio Grande do Sul. Tragédia ainda atingiu 87% dos empregos industriais no estado

As perdas, no entanto, devem ser bem maiores, pois muitas cidades enfrentam dificuldades para inserir informações.
09/05/2024 | 14h21

Os balanços prévios dos impactos da tragédia climática no Rio Grande do Sul mostram que os prejuízos à agricultura já soma, pelo menos, R$ 594,6 milhões. Os dados foram compilados pela CNM (Confederação Nacional de Municípios).

Outro levantamento, feito pela FIERGS (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), mostram que os impactos na indústria também serão consideráveis. Os 336 municípios que tiveram a calamidade pública decretada representam 87,2% dos empregos industriais da região.

No caso da agricultura, o Rio Grande do Sul é um dos estados mais importantes do país na produção agrícola. Tanto que o governo federal já adiantou que vai importar arroz para evitar impactos inflacionários, uma vez que o estado gaúcho responde por 70% da produção nacional do cereal.

A indústria de aves e suínos trabalha com a possibilidade de desabastecimento no Rio Grande do Sul nas próximas semanas.

As perdas, no entanto, devem ser bem maiores, pois muitas cidades enfrentam dificuldades para inserir informações no sistema acessado pela entidade. Na pecuária, os prejuízos registrados chegam a R$ 147,7 milhões.

O último boletim divulgado pelo governo do RS mostra o saldo atualizado da tragédia:

  • Municípios afetados: 425
  • Pessoas em abrigos: 67.542
  • Desalojados: 164.583
  • Afetados: 1.476.170
  • Feridos: 374
  • Desaparecidos: 136
  • Óbitos confirmados: 107
  • Óbitos em investigação: 1

Locais mais atingidos pelas cheias incluem os principais polos industriais do Rio Grande do Sul

No caso da indústria, a FIERGS disse que os locais mais atingidos pelas cheias históricas incluem os principais polos industriais do estado, responsáveis por “segmentos significativos para a economia”. Entre os locais, estão o Vale dos Sinos, que emprega cerca de 160 mil pessoas e tem força na produção de calçados; a Região Metropolitana, que emprega cerca de 127 mil pessoas e tem força na produção de veículos, autopeças, máquinas, derivados de petróleo e alimentos; e a Região da Serra, que emprega cerca de 115 mil pessoas e tem força na produção de veículos, máquinas, produtos de metal e móveis.

A federação também apontou impactos no Vale do Rio Prado, que produz carnes, massas e tabaco, e o Vale do Taquari, com carnes, calçados e produtos químicos.

O presidente em exercício da FIERGS, Arildo Bennech Oliveira, disse ainda que as perdas econômicas no Rio Grande do Sul são “inestimáveis no momento”, e que muitas empresas tiveram suas dependências complementamente comprometidas.

“Além dos danos gigantescos de capital, os problemas logísticos devem afetar de forma significativa todas as cadeias econômicas do estado”, lamentou.

Ele também alertou que, caso o governo não intervenha, muitos postos de trabalho podem ser fechados no estado.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney

 

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