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Produção de alimentos está menor no Brasil e no exterior. Safra de arroz e feijão registram incertezas de anos anteriores

Soja e milho, mesmo com as quebras anunciadas, terão safra recorde. A preocupação fica com os produção de alimentos, que estão nos menores patamares da última década, como o arroz e o feijão
19/01/2023 | 13h45

A produção de alimentos está menor no Brasil e no mundo. Internamente, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram os primeiros sinais de um clima adverso nesta safra 2022/23, principalmente no Rio Grande do Sul. As informações não indicam uma interrupção forte da produção de alimentos, mas apontam para uma possibilidade de manutenção dos preços atuais, que estão elevados em relação aos patamares dos anos recentes. 

Ainda assim, a produção de alimentos no Brasil, especificamente de dois principais itens, soja e milho, mesmo com as quebras anunciadas, serão recordes. O milho deverá terminar a safra 2022/23 com estoques inferiores a 5 milhões de toneladas, o menor volume desde 2011/12. O país consome 6,7 milhões de toneladas por mês. Os estoques nacionais de trigo, após safra recorde de 2022, melhoraram, mas são inferiores à média dos anos anteriores. As exportações recordes reduziram a oferta interna do cereal.

No período de 2006 a 2022, a produção de arroz e feijão deu lugar à de milho e soja no país, de acordo com dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE.

Produção de alimentos, como arroz e feijão, está no menor patamar da última década

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Crédito: Agência Brasil / Marcelo Camargo

A preocupação fica com os produção de alimentos, que estão nos menores patamares da última década. A safra nacional de arroz, por exemplo, volta a registrar desaceleração, devido à área menor de plantio, e fica em 10,4 milhões de toneladas. Exportações aceleradas afetam os estoques finais, que recuam para 1,73 milhão de toneladas, o menor em nove anos.

No caso do feijão, a safra brasileira volta a registrar as mesmas incertezas dos anos anteriores. Área menor de plantio, rentabilidade maior de outros grãos, queda na produtividade e clima desfavorável mantêm a produção abaixo dos 3 milhões de toneladas.

Com isso, os estoques finais da leguminosa ficam próximos de 250 mil toneladas na safra 2022/23. O consumo mensal é de 238 mil toneladas.

O IBGE traz más notícias também para os consumidores de batata, banana e mandioca. Os indicativos de dezembro apontaram produção menor do que a esperada em novembro. Por ora, porém, o recuo é pequeno.

Os preços do primeiro semestre, que já estão subindo, deverão manter uma pressão de alta até que venha a safrinha. Tanto a demanda interna como as exportações estão aquecidas. A produção nacional deverá atingir 125 milhões de toneladas, informa a Conab.

No mercado internacional, o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na tradução para o português) aponta para uma desaceleração nas safras mundiais de vários produtos.

Para o órgão, a safra mundial de milho recua para 1,16 bilhão de toneladas, 4,9% a menos do que a anterior. A produção de sorgo, substituto do milho em algumas áreas, terá quebra de 5,4%. Nos Estados Unidos, o Usda informou recentemente que a produção mundial do cereal cai para 503 milhões de toneladas, 2,3% menor. A demanda externa pelo arroz vai continuar.

A soja, que já começa a ser colhida, terá produção de 152,7 milhões de toneladas no Brasil, abaixo das previsões iniciais, devido a problemas climáticos no Rio Grande do Sul. Mesmo com a queda, a safra será recorde.

A produção mundial de soja, com a ajuda do Brasil, sobe para 388 milhões de toneladas, 8,35% acima da anterior, segundo o Usda. O aumento da oferta de soja compensa a quebra de 10,9% na produção mundial de girassol.

Brasil e os Estados Unidos estão entre os principais fornecedores de grãos para o mundo. Este mês, o Usda mostrou que os estoques de milho e de trigo no país recuaram 7%, quando comparados dezembro de 2022 com o mesmo mês de 2021. Os de arroz caíram 17%; os de soja, 4%; e os de sorgo, 45%.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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