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Professores anunciam greve em universidades federais a partir de hoje

Categoria exige reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06%, a partir deste ano
15/04/2024 | 05h00

Por Jorge Abreu

(Folhapress) — Professores de universidades, centros de educação tecnológicas e institutos federais das cinco regiões do Brasil decidiram entrar em greve a partir de hoje. A categoria exige reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% — a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026.

A Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) afirma que, além da recomposição salarial dos professores, existe a necessidade de investimentos públicos nas instituições federais de educação, diante da corrosão desses investimentos no governo passado, sob Jair Bolsonaro (PL).

“Necessitamos de uma reorganização da carreira dos professores e de se ter um grande revogaço de medidas restritivas de direitos, de caráter regressivo, que foram implementados nos últimos anos, de natureza previdenciária, que tiraram direitos e afetam diretamente a aposentadoria, medidas que inibem o exercício do direito de greve, entre outras tantas”, disse Gustavo Seferian, presidente da Andes e professor de direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

De acordo com o panorama do sindicato, três instituições ligadas à entidade já paralisaram as atividades. Na segunda, outras 17 entrarão em greve. Cinco anunciaram indicativos de greve (com previsão de paralisação) e oito estão em estado de greve (alerta de que podem entrar em greve).

Professores: negociações com MEC

Em nota, o MEC (Ministério da Educação) informou que as equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação, das mesas específicas de técnicos e professores instituídas pelo MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e da mesa setorial que trata de condições de trabalho.

“O MEC vem enviando todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias. No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores”, diz o texto do governo Lula (PT).

Além das 69 universidades, a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica é formada pelos institutos, Cefets (Centros Federais de Educação Tecnológica, no RJ e MG), pelas escolas técnicas vinculadas às universidades, pelo Colégio Pedro 2º e pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná).

Os professores aderem ao movimento iniciado por servidores técnico-administrativos em educação no dia 11 de março, com participação de trabalhadores de 50 universidades e de quatro institutos. A categoria pede a reestruturação do plano de carreira dos cargos técnico-administrativos em educação, incluindo a recomposição salarial.

A Andifes, que representa dirigentes de 69 universidades e os dois centros de educação tecnológica, afirma que a greve dos professores “é um direito constitucional garantido aos trabalhadores e as seções sindicais e os servidores têm autonomia para deliberar quanto à participação no movimento”.

Instituições ligadas à Andes em greve

  • Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG).
    Instituto Federal do Piauí (IFPI).
  • Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).
  • Universidade Federal de Brasília (UnB).
  • Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
  • Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
  • Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
  • Universidade Federal de Viçosa (UFV).
  • Universidade Federal do Cariri (UFCA).
  • Universidade Federal do Ceará (UFC).
  • Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
  • Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
  • Universidade Federal do Pará (UFPA).
  • Universidade Federal do Paraná (UFPR).
  • Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
  • Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
  • Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Com deflagração/ indicativo de greve após dia 15

  • Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ).
  • Instituto federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – campi Alvorada, Canoas, Osório, Porto Alegre, Restinga, Rolante e Viamão.
  • Universidade Federal de Sergipe (UFS).
  • Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
  • Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Com indicativo/ construção de greve aprovada sem data de deflagração

  • Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).
  • Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
  • Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
  • Universidade Federal do Piauí (UFPI).
  • Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
  • Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
  • Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

Em estado de greve

  • Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
  • Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
  • Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
  • Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
  • Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
  • Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
  • Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).
  • Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
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