ICL Notícias

Promotoria pede condenação de jornalista que Carla Zambelli ameaçou com arma

Luan Araújo foi perseguido pela deputada bolsonarista após discussão na véspera do segundo turno das eleições de 2022
15/05/2024 | 18h11

O Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça que o jornalista Luan Araújo seja condenado pelos crimes de injúria e difamação em razão de ofensas que teria cometido contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A informação é do jornalista Rogério Gentile, do UOL.

Em 2022, na véspera do segundo turno das eleições, Luan foi perseguido sob a mira de uma arma por Carla Zambelli após uma discussão em uma esquina dos Jardins, em São Paulo.

A deputada alegou que havia sido empurrada. A Procuradoria-Geral da República, no entanto, denunciou a deputada por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

Deputada foi denunciada pela PGR. Foto: Reprodução/ Câmara dos Deputados

Logo após o episódio, Luan publicou artigo em que afirmava que a deputada “segue uma seita de doentes de extrema direita, cometendo atrocidades atrás de atrocidades”.

O jornalista, à época, escreveu ainda que Zambelli se aproveitava da repercussão do episódio para “fazer o picadeiro clássico de uma extrema direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte”.

Zambelli, então, abriu um processo contra o jornalista na Justiça paulista. No processo, a deputada disse que as afirmações eram ofensivas, destacando como “traumatizante, o envolvimento prévio entre as partes [referindo-se à perseguição armada] não garante à suposta vítima um direito imutável de ofender gratuitamente seu suposto ofensor”.

Promotoria

O promotor Roberto Bacal, no último dia 6, deu um parecer favorável à condenação do jornalista. O processo, no entanto, ainda não foi julgado. “Desde o início do desentendimento, houve uma ofensa gratuita e dolosa contra a deputada”, disse o promotor.

“Ficou patente que, no dia em que ocorreu o desentendimento, a deputada almoçava em um restaurante com seu filho e um amigo e foi avistada pelo querelado. Sem qualquer provocação contra sua pessoa, ele se direcionou à deputada para lhe dirigir ofensas”, declarou Bacal.

O que diz o jornalista?

Na Justiça, o jornalista Luan Araújo afirma não ter cometido crime algum e que exerceu seu trabalho profissional, amparado pela liberdade de expressão.

Em entrevistas, ele diz que não empurrou a deputada, ao contrário do que ela alega. Disse que a havia xingado ao perceber que pedia voto ao recepcionista de um bar, o que originou uma discussão.

Ele contou que, em dado momento, ouviu um tiro. “Não sei se passou perto da minha perna, mas eu senti a bala chegando. Saí correndo do bar. Fiquei realmente assustado, temendo pela minha vida”.

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail