Por Cleber Lourenço
A bancada do PT no Senado pretende definir até a próxima terça-feira (20) a estratégia oficial em relação à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A tendência predominante é de que o partido apoie a instalação da CPMI, com a convicção de que o governo deve atuar de forma direta na comissão para conduzir os trabalhos e controlar a narrativa.
A declaração pública do senador Fabiano Contarato em apoio à CPMI foi considerada antecipada por membros da bancada, mas não destoou do entendimento já consolidado internamente. O incômodo foi causado pelo fato de que o partido ainda finalizava uma estratégia conjunta, e esperava-se que qualquer comunicação fosse feita de forma unificada.
A preocupação com a unidade nas posições é uma prática comum na bancada petista, embora nem sempre respeitada. Um exemplo recorrente é o do senador Jacques Wagner, conhecido por declarações autônomas. Ainda assim, o gesto de Contarato não causou crise, apenas reforçou a necessidade de alinhamento interno.
Senador Fabiano Contarato
Instalação da CPMI do INSS
Em declaração ao ICL Notícias, a senadora Teresa Leitão (PT-PE) defendeu a instalação da CPMI como instrumento de investigação, não como palanque:
“O PT não teme, em absoluto, a instalação de uma CPMI sobre o INSS. Pelo contrário: é essencial destacar que as fraudes começaram no governo Bolsonaro e foram desmanteladas no governo Lula. Confio na força das decisões coletivas e aguardo o debate e o posicionamento da nossa bancada para que, com unidade, definamos a melhor estratégia. Uma CPMI deve ser instalada para contribuir com a elucidação dos fatos — e não para se transformar em um palanque político ou em mero espetáculo midiático.”
Nos bastidores, a leitura é de que uma CPMI bem conduzida pode reforçar a narrativa de que o governo Lula atuou para desarticular um esquema herdado do governo anterior. A definição final da bancada deve influenciar a postura de outros partidos da base e abrir espaço para uma atuação mais articulada do Planalto no Congresso.
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