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Quase metade dos aposentados não sabe usar o Meu INSS, diz PF

CGU aponta que 42,4% dos beneficiários desconhecem o aplicativo; mesmo assim, novas regras exigem biometria e contestação digital para descontos indevidos
20/05/2025 | 15h16
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Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que motivou a Operação Sem Desconto da Polícia Federal (PF), revelou que 42,4% dos aposentados e pensionistas ouvidos não conhecem o “Meu INSS”, plataforma digital usada para acessar serviços do Instituto Nacional do Seguro Social. Outros 25,1% afirmaram conhecer o site ou aplicativo, mas nunca o utilizaram.

Segundo o documento, a baixa adesão às ferramentas digitais limita a capacidade dos beneficiários de identificar descontos indevidos em seus benefícios, agravando uma situação já comprometida pela fragilidade dos controles internos do INSS.

Apesar do cenário, o governo anunciou novas medidas: a contratação de empréstimos consignados por aposentados e pensionistas passará a exigir biometria, e reclamações sobre descontos não autorizados feitos por associações ou sindicatos deverão ser registradas digitalmente, por meio do aplicativo ou site.

Dados recentes do Índice de Alfabetismo Funcional (Inaf), com base em testes realizados em 2024, mostram que 48% das pessoas entre 50 e 64 anos tiveram baixo desempenho em tarefas digitais básicas, como preencher formulários online ou realizar compras pela internet. Apenas 6% obtiveram alto desempenho.

Com esse desempenho baixo de quase metade das pessoas entre 50 e 64 anos nas ações consideradas simples para o ambiente digital, há dúvidas se todos os aposentados e pensionistas lesados conseguirão fazer a contestação pelo aplicativo.

O cenário é ainda mais preocupante entre trabalhadores rurais, segundo o professor Pedro Almeida, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), especialista em sociologia e tecnologias da informação. Ele explica que as dificuldades vão além do desconhecimento do app: muitas pessoas não têm acesso à internet ou a smartphones e, mesmo com acesso, enfrentam barreiras no uso de plataformas pouco intuitivas.

““Usar apenas a plataforma Meu INSS significaria muito mais cercear o acesso ao ressarcimento”. Alerta Almeida. Para ele, é importante investir em alternativas de atendimento presencial

INSS aposentados

Limitar as ações apenas para um aplicativo, ainda mais para um público idoso, é dificultar o acesso aos seus direitos (Foto: Reprodução)

Medidas tomadas para ajudar os aposentados

O Ministério da Previdência informou que a Dataprev, empresa estatal responsável pela tecnologia do INSS, está desenvolvendo um sistema para compartilhar dados com os Correios e a Caixa Econômica Federal. A previsão é que a nova solução esteja pronta nos próximos dias. A medida visa ampliar os canais de atendimento para os aposentados e tentar recuperar a imagem da Dataprev, criticada por demorar a implementar recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU) para coibir os descontos indevidos.

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