Ouvimos a vida toda “Você tem que se amar”, mas isso não fica muito claro para a maioria das pessoas. Muitos de nós não sabem efetivamente como fazê-lo.
Muitos dizem “Cuide-se”. Mas se cuidar significa se amar?
Existem duas formas de se cuidar:
1) Prazer: fazer o que nos dá prazer, como um bom banho de banheira ou fazer uma massagem.
2) Disciplina: está ligado à saúde. Ter disciplina para cuidados pessoais. Fazer ginástica, comer alimentos nutritivos e ter uma vida saudável.
Estas duas necessidades precisam ser cumpridas para que possamos equilibrar nosso organismo e ter uma vida saudável. Mas se, isto é, se cuidar, o que podemos chamar de “se amar”?
Se amar é construir uma relação equilibrada e saudável com você mesmo, para poder estabelecer uma relação, com as mesmas características, com outras pessoas.
Existem quatro fundamentos, que precisamos considerar, para que possamos construir esta relação conosco:
1) Pensar como os nossos atos refletem em nosso relacionamento
É preciso se conhecer claramente, adquirir uma profunda humildade e ter a vontade de se tornar uma pessoa melhor a cada dia. O maior destruidor de relacionamentos, capaz de separar casais, não é a diferença de idade, de nível social ou intelectual. Mas, entre as várias diferenças existentes, o maior vilão é culpar somente o outro pelas falhas no relacionamento.
Para evitar que isso aconteça, temos que, em primeiro lugar, olhar para nós mesmos e ver se estamos dispostos a investir, no que for necessário, para melhorar nossa relação com o outro. Analisar se vale a pena este investimento. E se valer, querer ser uma pessoa melhor todos os dias.
2) Identificar e entender seus próprios sentimentos
Ter a responsabilidade de mostrar para o parceiro (a) o que necessita. Erroneamente a maioria das pessoas pensa que é um ato egoísta estar conectado e atento a si próprio em primeiro lugar.
Estar ligado em você só facilitará sua relação com o outro, que não precisará ter “uma bola de cristal” para ler seus pensamentos e suprir suas necessidades ou mesmo compreendê-lo. É fundamental se conhecer profundamente, identificar suas necessidades e verbalizá-las com clareza.
3) Autonomia e comunhão
Focar sua atenção para as diferenças entre você e a outra pessoa. Saber até onde vai sua autonomia e onde começa a do outro. Entender os limites da relação e saber colocar suas barreiras para depois não se sentir desrespeitado(a) ou achar que o outro ultrapassou seus limites.
Saber colocar limites e respeitar os limites do outro.
4) Não ter medo
Não deixe que a presença do medo seja um empecilho para você dizer claramente sua verdade e o que pensa. Ser autêntico(a) e ter uma relação clara e equânime. Legitimidade.
É necessário saber administrar sua autonomia e querer estar em comunhão, pois sozinhos não conseguimos ter um relacionamento.
Se voltar atrás e revir os quatro princípios, perceberá que tudo parte de você. Se houver autoanálise, autoconhecimento, respeito por si próprio e autenticidade, você não se preocupará em culpar o outro por suas diferenças, por falta de cuidados e por ter sido desrespeitado.
Você se responsabilizará por você em primeiro lugar, fazendo com que isto reflita na construção de uma relação equilibrada, saudável e prazerosa.
Aí fica mais fácil entender o conceito de “Se amar”. Só podemos amar o que conhecemos profundamente, para depois dar a chance para que alguém também o faça da forma como queremos e merecemos.
Grande abraço,
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