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Saiba quem são as condenadas pelo 8/1 que tentaram fugir para o Uruguai

O trio pediu refúgio ao consulado uruguaio em Santana do Livramento (RS), cidade limítrofe com o país vizinho
02/02/2024 | 15h01

Por Gabriel Gomes*

No dia 16 de janeiro, ao menos três golpistas que depredaram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro de 2023 e aguardam o fim de seus julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) tentaram fugir do Brasil para o Uruguai. O caso foi revelado em reportagem do Brasil de Fato. O trio pediu refúgio ao consulado uruguaio em Santana do Livramento (RS), cidade que faz divisa com o país vizinho.

As três respondem pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático, golpe de estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada. Por meio de nota, o advogado Hélio Júnior, que representa as três, confirmou a tentativa de fuga e disse que elas já não estão mais no Uruguai. As manifestantes são:

  • A paulista Alethea Verusca Soares, de São José do Campos, condenada em 27 de novembro pelo STF a 16 anos e seis meses de prisão;
  • A goiana Rosana Maciel Gomes, 50 anos, condenada em 10 de novembro a 13 anos e seis meses de prisão.
  • E a mineira Jupira Silvana Da Cruz Rodrigues, de 57 anos, moradora de Betim, que teve o julgamento suspenso no dia 3 de outubro após um pedido do ministro André Mendonça para levar o julgamento do plenário virtual para o plenário físico da Corte.

O ICL Notícias não conseguiu contato com o advogado de defesa das mulheres. Caso sejam enviadas manifestações, serão publicadas aqui.

ALETHEA VERUSCA SOARES

Alethea Verusca Soares Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Moradora de São José dos Campos, no interior de São Paulo, Alethea Verusca Soares, de 49 anos, foi condenada a 16 anos e seis meses de prisão após ser denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; dano qualificado; golpe de Estado; deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa.

Na condenação, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, chegou a citar um vídeo, com imagens dos atos golpistas, encontrado no celular dela com o título de “tomada de poder”. Alethea foi flagrada em diversas imagens no 8 de janeiro.

Ela trabalhava como cabeleireira em São José dos Campos, interior de São Paulo. Nas redes sociais, publicava diversos ataques ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro Alexandre de Moraes.

Para participar dos atos, Alethea chegou na capital federal no dia 9 de dezembro de 2022. A paulista foi presa, mas teve a prisão preventiva revogada em 7 de agosto do ano passado.

ROSANA MACIEL GOMES

Rosana Maciel Gomes Foto: Reprodução

A goiana Rosana Maciel Gomes, de 50 anos, foi condenada a 13 anos e seis meses de prisão, no dia 10 de novembro do ano passado, pelo Supremo Tribunal Federal. Rosana foi condenada pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Rosana tem quatro filho e dois netos. No ano passado, em entrevista ao jornal O Popular, Rosana Gomes revelou que, após a participação nos atos golpistas, seu casamento de 23 anos chegou ao fim.

No dia 8 de janeiro de 2023, Rosana foi presa dentro do Palácio do Planalto e encaminhada para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal, onde ficou por 7 meses.

No celular da goiana, foram encontradas imagens com cenas da invasão ao Congresso Nacional. No aparelho, também havia imagens que tratavam sobre a intenção do grupo golpista de destituir o governo do presidente Lula (PT), com frases como “Intervenção Militar” e “Queda dos 3 Poderes apodrecidos”.

JUPIRA SILVANA DA CRUZ RODRIGUES

Jupira Silvana Da Cruz Rodrigues Foto: Reprodução

Mineira de Betim, Jupira Silvana Da Cruz Rodrigues, de 57 anos, teve o julgamento suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro André Mendonça pedir para levar o julgamento do plenário virtual para o plenário físico da Corte.

Jupira foi presa dentro do Palácio do Planalto e ficou sete meses encarcerada na Penitenciária Feminina do Distrito Federal. A mineira ganhou liberdade condicional com o uso de tornozeleira eletrônica.

À época, Jupira afirmou à Justiça que tinha intuito “pacífico” ao ir a Brasília participar dos atos e que entrou no Palácio do Planalto para “se abrigar dos conflitos”. A Polícia Federal afirma ter encontrado material genético da mineira em uma garrafa esquecida na cena do crime.

Jupira é servidora pública aposentada da cidade de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A mineira é filiada ao Partido Liberal (PL), mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, desde 2011.

O QUE DIZ A POLÍCIA

Procurada pela reportagem do ICL Notícias para esclarecer se o trio é considerado foragido da Justiça, e se há buscas sendo feitas pelas mulheres, a Polícia Federal afirmou que “não se manifesta acerca de nomes de eventuais investigados”.

 

*Estagiário sob supervisão de Nicolás Satriano

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