Os debates sobre racismo e intolerância religiosa ganharam repercussão nos últimos rejeitou a possibilidade de reconhecimento do chamado “racismo reverso“, ao analisar o caso de um homem negro que estava sendo acusado desse suposto crime.
Casos como esses não são, infelizmente, incomuns no nosso país. A credibilidade que o racismo e a intolerância construíram ao longo dos séculos nos colocou como algozes do crime colonial e nos lançou como “diferentes” em sociedade que sempre criminalizou e desumanizou as nossas práticas culturais e espirituais.
Não podemos nos esquecer que o Brasil é um dos países em que a glorificação do passado colonial, seja pela intolerância religiosa ou pelo racismo, atua de forma explícita.
A gênese da formação da sociedade brasileira nos permite compreender que os impactos da intolerância religiosa sobre as relações sociais, políticas e culturais ainda são alimentadas cotidianamente pelo racismo.
Impactos esses que atravessaram décadas, se enraizaram na cultura nacional e se manifestam de várias formas.
Orá! Não estamos assistindo algumas administrações municipais alterarem as festividades do carnaval por show gospel? Não estamos assistindo a hostilização e casos de intolerância contra carnavalescos e escolas de samba que vão levar para as avenidas várias homenagens às culturas africanas e afrobrasileiras?
Cá do meu canto, uma pergunta: quando o Brasil será um país laico, democrático e antirracista?
Acredito que ainda precisamos investir e instrumentalizar, com uma proposta pedagogia descolonizadora que possa estar voltada para as diversidades, pluralidade e sobretudo para o diálogo interreligioso.
Acredito que essas possivelmente seriam as chaves para que possamos construir uma sociedade onde as nossas diferenças possam ser os laços que nos unem e não as pontas que os separam.
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