Alvo da operação contra o aparelhamento da Abin, chamada de “Abin paralela”, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL–RJ) irá prestar depoimento à Polícia Federal (PF) em Brasília no dia 27 de fevereiro. A informação foi confirmada pela assessoria do parlamentar ao jornal O Tempo.
Pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, foi alvo de busca e apreensão na semana passada, no âmbito da operação Vigilância Aproximada. A mesma ação depois mirou Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os agentes federais investigam a instalação de uma “organização criminosa” na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Jair Bolsonaro, quando Ramagem foi diretor-geral da agência.
PEDIDO DE CASSAÇÃO
A colunista do ICL Notícias Juliana Dal Piva informou que o PSOL vai entrar, no início da próxima semana, com um requerimento na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação de Ramagem.
A base do pedido são as revelações já existentes sobre a investigação da Polícia Federal que apura a chamada “Abin Paralela”.
“Já há um entendimento da Comissão de Ética que, dependendo do crime que a pessoa cometeu antes de ser deputado, se esse crime fere a honra do próprio parlamento, ele precisa ser afastado mesmo que o crime tenha sido cometido antes e este é tipicamente um caso como esse. Ou seja, atentar contra o estado democrático de direito antes de ser deputado fere a honra, o decoro do parlamento brasileiro mesmo que ele só tenha tomado posse como parlamentar depois”, explicou o deputado federal Tarcísio Motta.
Motta, porém, lembrou que durante as buscas da PF, na semana passada, foi encontrado um computador da Abin ainda em posse de Ramagem. “A presença do computador é um elemento a mais”, afirma.
“Está claro, na nossa opinião, que houve uso ilegal da estrutura da Abin para fazer espionagem ilegal de adversários políticos, de agentes públicos”, completou o deputado.
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