ICL Notícias
Chico Alves

Jornalista, por duas vezes ganhou o Prêmio Embratel de Jornalismo e foi menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog. Foi editor-assistente na revista ISTOÉ e editor-chefe do jornal O DIA. É co-autor do livro 'Paraíso Armado', sobre a crise na Segurança Pública no Rio, em parceria com Aziz Filho. Atualmente é editor-chefe do site ICL Notícias.

Colunistas ICL

Relendo a vida — o que nos distanciou?

Em tempos de tristezas e faltas de estímulos à vida, é pertinente que busquemos outros impulsos
21/05/2024 | 10h21

Em tempos de tristezas e falta de estímulos à vida, é pertinente que busquemos outros impulsos que nos movam a dias melhores.

Tem se tornado lugar-comum a falta de sentido em viver algo que nos dê maneiras de permanecer em convívio com os nossos. Tal sentimento, acredito eu, é em virtude do esgarçamento dos tecidos sociais que nos faziam próximos.

Em tempos de tristezas e faltas de estímulos à vida, é pertinente que busquemos outros impulsos que nos movam a dias melhores.

As relações sociais, familiares, de proximidades entre nós, nos fazia unidos e preocupados conosco, a vida do outro nos importava: a vizinhança, o bate-papo na esquina e as fofocas que faziam o controle social e comunitário, eram fatores importantíssimos de trocas relacionais, sociais e culturais que nos colocavam e nos situavam, dando-nos uma unicidade de coletivo povo.

Não sou saudosista, mesmo porque ainda encontro nas periferias que transito esta proximidade de nós coletivo, continuo sentindo o prazer de conversar com meus familiares, amigos e vizinhos, trocando entre nós nossas vidas, medianas e bem terrenas, sem tantas correrias dos tempos urgentes e emergentes.

As crianças ainda jogam bola na rua, ouço um “bom dia” de bom grado com um sorriso no rosto, tenho o informe do bairro pelos moradores que sempre me dirão sobre o fato acontecido, que foi com fulano que era primo de beltrano, e tio de ciclano, que morou em tal rua, próximo daquele rapaz que caiu do terraço em tal ano.

Corre pra comer, corre pra dormir, corre pra trabalhar, corre pra amar, corre pra acumular, corre pra estudar, corre, corre, corre!

De fato é necessário correr tanto? Queremos transformar um dia de vinte quatro horas em quarenta e oito horas, mas tudo sendo feito em vinte e quatro horas, esse cronômetro não vai fechar, algo vai ficar de fora, provavelmente sua saúde mental.

Busquemos melhores dias, melhores relações que venham a contribuir para uma vida com qualidade.

Hoje eu nem quero escrever muito, pois preciso me ouvir e ouvir quem está ao meu lado!

Tenhamos bons dias sem correria, sem a corrida dos ratos!

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail