Réu pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Eduardo Naime Barreto é investigado por comandar um esquema de stalking para um empresário do ramo farmacêutico. As investigações começaram após denúncia da ex-mulher do empresário, que o acusa de violência psicológica e perseguição.
O coronel atuou como chefe de segurança do empresário e teria usado a estrutura da Polícia Militar para fazer coação e obter dados. No último sábado (28), Naime foi alvo de busca e apreensão. A informação foi revelada inicialmente pela “TV Globo”.
Naime é réu em uma ação penal que apura acusações de omissão de autoridades pelos atos golpistas em 8 de janeiro. O coronel estava preso desde 7 de fevereiro de 2023, mas obteve liberdade provisória no dia 13 de maio de 2024.

Coronel chefiou segurança de empresário e teria usado a estrutura da PM para fazer coação e obter dados.
As investigações do esquema de stalking foram encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que deve avaliar se Naime continua em liberdade provisória.
Stalking
Segundo as investigações, a mulher, que está separada do empresário do ramo farmacêutico desde agosto de 2024, afirmou à polícia que era vítima de violência psicológica e stalking – perseguição. O ex-marido teria colocado um rastreador no carro da vítima e um microfone no veículo do motorista dela.
Um suposto grupo criminoso agiu de forma organizada, mesmo após a justiça decretar medidas protetivas para a mulher. O esquema de monitoramento teria sido comandado pelo coronel Naime, utilizando a estrutura da PM. Naime também é investigado por receber e guardar, de forma ilegal, uma arma de fogo que foi entregue para o empresário.
O motorista da ex-mulher do empresário conta que já foi abordado por uma viatura da PM quando chegava à escola das filhas da vítima, no Lago Sul. Segundo a investigação, o coronel observou tudo de longe e, logo depois, se aproximou e conversou com os militares.
O que diz a defesa do coronel
Veja a nota enviada pela defesa do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Eduardo Naime Barreto ao site “G1”:
“A Equipe akaoni e Cardoso recebeu a matéria do Coronel Naime , com muita perplexidade.
Estão utilizando o nome de uma figura pública que era contratado para proteger toda a família e a empresa e desvirtuando a finalidade para fazer sensacionalismo e uso indevido de seu nome.
A verdade será provada, inclusive a defesa tomará todas as medidas cabíveis, assim que tiver amplo acesso ao IP e cautelares.
Reiteramos que o Coronel é inocente dessa acusação fantasiosa.”
O que diz a PMDF
“A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informa que está ciente da investigação conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e que medidas cautelares relacionadas foram cumpridas com o apoio da Corregedoria. A PMDF acompanha o caso, mas não irá se manifestar para não comprometer as investigações.
Esclarecemos que policiais militares da reserva remunerada devem atuar em conformidade com a legislação vigente, respeitando os regulamentos internos.
A PMDF reitera seu compromisso com a transparência e cooperação com as autoridades.”
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