Alvo da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada hoje pela Polícia Federal, o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes já teve o sigilo bancário quebrado pela CPMI de 8 de Janeiro. O militar também teria feito lobby para empresa acusada de fraude durante a pandemia de Covid-19.
A quebra de sigilo bancário foi aprovada pela CPMI no dia 24 de agosto e motivada por suposta participação do general Ridauto nos ataques golpistas às sedes do Três Poderes. O militar fez vídeo durante a invasão. Ele é investigado pela PF e considerado um dos idealizadores e executores atos de 8 de janeiro.
LOBBY
Ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello, o general foi nomeado para o cargo em julho de 2021 e exonerado no dia 31 de dezembro. Antes, no entanto, o militar teria feito lobby para uma empresa suspeita de fraude na venda de 300 ventiladores pulmonares durante a pandemia.
Em maio de 2020, o Ridauto teria acompanhado o CEO da Biogeoenergy, Paulo de Tarso, em reuniões no Ministério da Saúde. A suposta intermediação aconteceu menos de 15 dias antes da empresa ser alvo da Operação Ragnarok.
Realizada pela Polícia Civil da Bahia, a operação foi deflagrada no dia 1º de junho de 2020 e prendeu Paulo de Tarso e os sócios da Hempcare, Cristiana Prestes e Luiz Henrique Ramos.
O trio foi preso após investigação de suposta fraude na venda de 300 ventiladores pulmonares ao Consórcio Nordeste, que teria gerado prejuízo de R$ 48,7 milhões. As duas empresas eram acusadas de vender e não entregar os respiradores.
LESA PÁTRIA
Hoje, na 18ª fase da Operação Lesa Pátria, Ridauto Lúcio Fernandes foi alvo de mandado de busca e apreensão determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte também pediu o bloqueio de ativos e valores do militar. A PF apreendeu o celular, arma e o passaporte do general da reserva.
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