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O Rio Negro registrou hoje mais um recorde. A estiagem no Estado do Amazonas fez com que o  nível das águas atingisse 13,49 metros, em Manaus. É a menor medição desde 1902, quando começaram a ser feitas as análises. A informação é do Porto de Manaus.

A previsão é que o Rio Negro continue baixando até o início do mês de novembro. Ontem, já havia sido registrado o menor nível histórico, com 13,51 metros. A seca das últimas semanas fez com o governador Wilson Lima decretasse estado de calamidade e/ou emergência em 58 dos 62 municípios amazonenses.

Ontem, o governador se encontrou coma ministra da Saúde, Nísia Trindade, para debater a parceria entre os governos federal, estadual e municipais para reforçar a atenção da saúde à população.

A ministra anunciou repasse de mais de R$ 233 milhões aos 62 municípios do Amazonas. Foram duas portarias, uma no valor de R$ 225 milhões, que engloba a recomposição do chamado Teto MAC (média e alta complexidades) em 59 municípios.

A segunda portaria, no valor de R$ 8,9 milhões, é voltada à atenção primária nas cidades de Lábrea, Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira, com unidades de saúde geridas pelo estado.

Dos R$ 225 milhões para média e alta complexidade, R$ 102,3 milhões serão liberados em parcela única aos municípios. Outros R$ 122,7 milhões serão incorporados ao teto de média e alta complexidade do estado.

Segundo o governo do estado, R$ 100 milhões serão destinados a 61 municípios e outros R$ 12 milhões vão para Manaus. Objetivo é usar os recursos para auxílio emergencial nos abastecimentos das unidades de saúde municipais com medicamentos, equipamentos de proteção individual (EPIs) e insumos hospitalares.

SECA

Em setembro, segundo a rede colaborativa de universidades, ONGs e a empresa de tecnologia MapBiomas, o Amazonas registrou, em nota técnica, a menor extensão coberta por água no estado desde 2018. Os dados foram obtidos a partir de imagens de satélites dos sistemas LandSat e Sentinel

O monitoramento aponta para uma superfície de água de 3,56 milhões de hectares, com uma redução de 1,39 milhão de hectares em relação aos 4,95 milhões registrados em setembro de 2022.

“A redução de água foi detectada em rios, lagos e em áreas de úmidas, atingindo 25 municípios com perda de mais de 10 mil hectares de superfícies de água, sendo que os cinco primeiros do ranking perderam mais de 40 mil hectares”, diz nota da rede.

Os pesquisadores também mapearam alguns pontos afetados de forma aguda pela redução da superfície de água. Além da seca no Lago Tefé, que culminou na morte de mais de 140 botos, segundo o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

As imagens de satélite mostraram que lagos inteiros secaram em áreas de várzea na Reserva Extrativista (Resex) Auatí-Paraná. Situada no Médio-Solimões, a reserva abrange os territórios dos municípios de Fonte Boa, Japurá e Maraã. O mesmo aconteceu com a seca no Lago de Coari, afetando o acesso a alimentos, medicamentos e o calendário escolar. Entre Tefé e Alvarães, a seca forma bancos de areia extensos.

“A seca severa na Amazônia em 2023 tem sido atribuída a uma combinação do fenômeno El Niño com o aquecimento do Atlântico Norte, levando a uma intensa estiagem que pode continuar até janeiro de 2024″, informa a nota técnica do MapBiomas.

Informações da Agência Brasil

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