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A Gazprom, empresa gigante de energia russa, interrompeu nesta quarta-feira (27) o fornecimento de gás à Bulgária e à Polônia por não pagarem pelo combustível em rublos (moeda russa). Essa é até agora a resposta mais dura do governo russo às sanções impostas pelo Ocidente devido à invasão da Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, já havia solicitado que os países europeus pagassem pelo gás em rublos, após o Ocidente congelar os ativos da Rússia e, em grande parte, cortar os russos do sistema econômico por causa da guerra na Ucrânia.

Para o pagamento aos russos pelo gás, os países importadores deveriam abrir contas no banco Gazprombank e fazerem os pagamentos pelo combustível em euros ou dólares que seriam convertidos em rublos.

O governo polonês disse repetidamente que não pagará pelo gás russo em rublos e planeja não estender seu contrato de gás com a Gazprom depois que expirar no fim deste ano. Para o primeiro-ministro do país, Mateusz Morawiecki, a Rússia ultrapassou os limites de seu “imperialismo do gás” e acusou Moscou de atacar a economia europeia por meio de medidas inflacionárias, segundo informações do The Guardian. Morawiecki, porém, tranquilizou o país dizendo que a Polônia tem gás suficiente armazenado.

Já o ministro da Energia da Bulgária, Alexander Nikolov, disse que o país pagou pelas entregas de gás russas para abril e interromper o fornecimento de gás seria uma violação de seu contrato atual com a Gazprom.

Em comunicado, a Gazprom alertou também que o transporte do combustível via Polônia e Bulgária – que abrigam oleodutos que abastecem a Alemanha, Hungria e Sérvia – seria cortado se o gás fosse levado ilegalmente.

Áustria pagará em rublos

Ao contrário da decisão de Polônia e Bulgária,  o chanceler austríaco, Karl Nehammer, anunciou que a Áustria aceitou o novo mecanismo de pagamento de gás em rublo. Em entrevista coletiva nesta quarta (27), ele afirmou que “nós, ou seja, (empresa estatal de energia) OMV, aceitamos as condições de pagamento”. No entanto, Nehammer ressaltou que a Áustria ainda apoia as sanções à Rússia relacionadas à guerra.

Economia global afetada

A “crise do gás” afeta a economia global, mas mais diretamente os países-membros da União Europeia. Em entrevista ao jornal italiano Il Messaggero Gentiloni, o comissário econômico da UE, Paolo Gentiloni, disse que os países da União Europeia pretendem reduzir sua dependência do petróleo e gás russos em dois terços até o fim do ano e a zero até 2027. Ele também afirmou que a União reduzirá sua estimativa de crescimento para 2022 de uma meta anterior de 4%. Os dados da previsões devem ser divulgados em 16 de maio.

Nos EUA, presidente Joe Biden afirmou, recentemente, que 70% da inflação de março se deve aos impactos da guerra na Ucrânia nos preços do gás e de outros produtos de energia.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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