Com um desfile belíssimo e que empolgou o público do Sambódromo, o Salgueiro passou na Sapucaí denunciando os ataques sofridos pelo povo yanomami e homenageando sua resistência. A apresentação soou como uma convocação para que todos lutem daqueles que vivem em território brasileiro há mais de mil anos e agora estão ameaçados.
O enredo foi inspirado no livro “A queda do céu — palavras de um xamã Yanomami”, que tem como um dos autores Davi Kopenawa, uma das lideranças do povo yanomami, e que desfilou no último carro da escola.
No samba enredo, Davi é uma espécie de narrador, que cita ter sido preciso aprender a língua portuguesa para denunciar o sofrimento do seu povo.
A escola tijucana revelou seu tom político logo na comissão de frente, em que bailarinos desfilaram maquiados com feridas, ou com um respirador ligado a uma muda de planta.
Em um dos carros, os quepes de militares eram usados por abutres, numa crítica à atuação das Forças Armadas na Amazônia.
Ativistas também estiveram presentes, trazendo a memória do jornalista britânico Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira, assassinados em 2022.
Em seu primeiro desfile sem o histórico puxador Quinho — voz dos títulos em 1993 e 2009 —, falecido há um mês, o desfile da vermelha e branca foi dedicado a ele, segundo Emerson Dias, a voz atual da escola no Sambódromo.
Veja outras imagens do desfile do Salgueiro:
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