Por Lorena Barros
(Uol/Folhapress) – A capital paulista registrou, apenas nesta quarta-feira (2), 35 ataques a ônibus. A cidade vive uma série de atos de vandalismo, com mais de 200 veículos do transporte público depredados em menos de um mês.
Maior parte dos ataques aconteceu na zona sul da capital. Bairros como Capão Redondo e Campo Belo tiveram casos de veículos com janelas quebradas, geralmente pelo arremesso de pedras ou outros objetos.
Na semana passada, passageira foi atingida no rosto perto do aeroporto de Congonhas. A vítima estava sentada no veículo, na avenida Washington Luís, no bairro do Campo Belo, quando uma pessoa desconhecida jogou uma pedra no vidro. O homem fugiu e ela foi socorrida para a UPA Vila Santa Catarina, também na zona sul. O caso foi registrado no 16º DP da Vila Clementino.
Quantidade de ônibus vandalizados já chega a quase 2% da frota total da cidade, de 12.036 ônibus. Os carros danificados precisam ser levados à manutenção e substituídos por veículos da reserva técnica. Se os veículos não forem imediatamente substituídos, as empresas são penalizadas, segundo a SPTrans.
Valor do patrimônio depredado ainda é incerto. Quem arca com os custos dos consertos dos veículos quebrados são as viações que operam os ônibus. O UOL buscou a Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de São Paulo e aguarda retorno sobre o assunto. Em caso de manifestação, este texto será atualizado.

São Paulo vive uma série de atos de vandalismo, com mais de 200 veículos do transporte público depredados em menos de um mês (Foto: Reprodução)
Mais ataques aos ônibus
Problema não está restrito à capital e também acontece na Grande SP e no litoral. Na Baixada Santista, mais de 30 veículos foram apedrejados em São Vicente, Cubatão e Santos. Os casos na região são investigados pela Delegacia Seccional de Santos, segundo a Polícia Civil.
Em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, ao menos três ataques aconteceram no mesmo dia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os veículos foram atingidos em pontos diferentes da cidade, que tem uma frota total de 113 veículos.
Motivação dos ataques não é clara. Os ônibus passaram por perícia e as investigações são feitas pela 6ª Delegacia Contra Crimes Patrimoniais e pela divisão contra crimes cibernéticos.
Motoristas, cobradores e passageiros estão na “mira da marginalidade”, diz sindicato. Em nota enviada ao UOL, o Sindimotoristas, que representa motoristas de ônibus do estado, explicou que defende a criação de delegacia para proteção do transporte público e disse que quer dialogar com a SSP e com os representantes patronais para traçar estratégias e oferecer segurança aos passageiros.
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