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Secretário-Geral da ONU diz que Oriente Médio enfrenta perigo de ‘conflito devastador’

O Irã diz não querer escalada do conflito, e Israel se vê no direito de responder
15/04/2024 | 08h48

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez um alerta, durante a reunião do Conselho de Segurança do órgão no último domingo (14), para o risco de uma guerra em grande escala e pediu contenção.

O Irã diz não querer escalada do conflito, e Israel se vê no direito de responder.

Guterres afirmou que a população do Oriente Médio enfrenta o perigo real de um “conflito devastador em grande escala” e apelou à “máxima contenção”, frisando que “é hora de recuar do abismo”.

A reunião do Conselho de Segurança foi convocada por Israel para abordar o ataque iraniano. Segundo António Guterres, os civis já estão “pagando o preço mais elevado”.

O secretário reforçou, ainda, que o Direito Internacional proíbe “ações de retaliação que incluam o uso da força”.

“É hora de recuar do abismo. É vital evitar qualquer ação que possa conduzir a grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Oriente Médio”, disse.

O Irã justificou seu ataque como um ato de retaliação pelo bombardeio do seu consulado em Damasco. Já Israel afirmou que se reserva o direito de responder aos ataques iranianos.

Conselho de Segurança da ONU

A reunião do Conselho de Segurança da ONU no último domingo (14) foi a primeira convocada para discutir a situação, cerca de 24 horas após o ataque do Irã, a pedido de Israel.

O encontro terminou sem qualquer acordo ou consenso entre os presentes sobre como o órgão deve tratar a ofensiva com risco de espalhar o conflito pelo Oriente Médio.

Conselho de Segurança da ONU

Conselho de Segurança da ONU

Irã

O embaixador iraniano na ONU, Amir Saeid Iravani, se manifestou na reunião do Conselho de Segurança. Segundo Amir, a ação “foi necessária e proporcional”.

“Foi precisa, mirou apenas alvos militares e foi feita de forma cuidadosa para minimizar o potencial de escalada e prevenir danos a civis”, disse.

O país utiliza como justificativa o bombardeio, atribuído a Israel, que atingiu a embaixada de Teerã em Damasco, na Síria, que matou comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana em 1º de abril.

Rússia, China e Síria se posicionaram de forma similar e ressaltaram o ataque à embaixada iraniana como violação de leis internacionais.

EUA

Aliado de Israel, os Estados Unidos condenaram a ação iraniana. A posição estadunidense foi de que o Conselho de Segurança tem a obrigação de não deixar que as ações do Irã vão além. França e Reino Unido seguiram na mesma linha.

“Deixe-me ser claro: se as proxies do Irã tomarem ações contra os EUA ou ações adicionais contra Israel, o Irã será responsabilizado”, disse o embaixador americano na ONU Robert Wood

Israel

Gilad Erdan, representante de Israel, comparou o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo iraniano, a Adolf Hitler. “O regime dos aiatolás tem um plano claro: seu objetivo tem sido e continua a ser dominação mundial, exportando sua revolução xiita radical pelo mundo”, disse Erdan.

“O regime islâmico de hoje não é diferente do Terceiro Reich, e o aiatolá Khamenei não é diferente de Adolf Hitler. O Terceiro Reich de Hitler foi pensado para ser um império de mil anos, alcançando vários continentes, assim como Khamenei vê sua hegemonia xiita radical para alcançar toda a região e além.”, completou.

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