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Sem farda: PMs fora de serviço mataram uma pessoa a cada três dias em SP

'A política de Segurança Pública em São Paulo é muito ideológica e pouto técnica', alerta especialista
10/12/2024 | 17h43

Entre 2018 e 2023, 781 pessoas foram executadas por policiais militares de São Paulo fora de serviço, o que corresponde a um assassinato a cada 2,8 dias. O levantamento foi feito pelo Brasil de Fato com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Os policiais militares de São Paulo respondem por 55% dos assassinatos cometidos por agentes fora de serviço no Brasil. No país todo, esse tipo de crime vitimou 1.421 pessoas no período analisado.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que é produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que 2018 foi o ano com a maior letalidade de policiais fora de serviço. No país, foram 320 execuções; em São Paulo, 179.

Rafael Alcadipani, professor e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, criticou a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o trabalho de Guilherme Derrite à frente da Secretaria de Segurança Pública (SSP).

“Considero que a dupla não gere as coisas de maneira profissional. A política de segurança é muito ideológica e pouco técnica [em São Paulo]. Por isso, temos esta situação de crise na segurança pública”, alerta Alcadipani.

Ainda de acordo com o professor, “boa parte destas mortes ocorrem quando policiais estão realizando ‘bicos’ para majorar a renda. Esses eventos ocorrem porque as pessoas não se sentem seguras na cidade”, finaliza.

Mortes por policiais fora de serviço no Brasil e em São Paulo entre 2018 e 2023 (Imagem: Brasil de Fato)

Mais um caso de violência fora de serviço

O policial militar Diego Ferreira Pinto de Souza atirou e matou um homem na região central de São Paulo, na noite do último domingo (8). Segundo imagens de uma câmera de uma casa noturna, Marcos Mendes do Nascimento estaria segurando um simulacro de uma arma e discutindo com um grupo de pessoas, incluindo uma mulher com uma criança de colo, que estava do outro lado da Alameda Dino Bueno, no Bom Retiro.

Souza, por sua vez, estava de folga e trabalhando como segurança da boate. Ele acompanhou a discussão da frente da boate, do outro lado da rua, e, em seguida, dirigiu-se à vítima e atirou duas vezes, sem falar nada. Nascimento chegou a ser socorrido, mas morreu na Santa Casa de São Paulo. O caso foi registrado no 2° Distrito Policial e está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Nas últimas semanas, repercutiu em todo o país o caso do Gabriel Renan da Silva Soares, jovem negro assassinado pelo policial militar Vinicius de Lima Britto, que estava fora de serviço. O crime ocorreu no dia 5 de novembro deste ano, em uma unidade de um mercado, na zona sul de São Paulo.

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