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Economia

Serviços avançam 0,9% em maio, mas aumento não reflete melhora econômica

Apesar do aumento, cenário econômico continua desacelerado. Indicador também não reflete geração de empregos e salários melhores
12/07/2022 | 17h40

Em maio de 2022, o volume de serviços no Brasil se expandiu 0,9% frente a abril, na série com ajuste sazonal, acumulando, assim, um ganho de 3,3% nos quatro últimos meses. Dessa forma, o setor se encontra 8,4% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 2,8% abaixo de novembro de 2014 (ponto mais alto da série histórica). Contudo, a melhora no setor, que sofreu muito com a parada devido à pandemia de Covid-19, não reflete que o cenário econômico seja positivo.

A melhora dos indicadores, apesar de ter incrementado o número de vagas, não gerou vagas qualificadas nem melhores salários, conforme levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio).

Na série sem ajuste sazonal, frente a maio de 2021, o volume de serviços teve sua 15ª taxa positiva consecutiva (9,2%). O acumulado no ano chegou a 9,4% frente a igual período de 2021. O acumulado nos últimos doze meses passou de 12,8% em abril para 11,7% em maio de 2022, com perda de ritmo pelo segundo mês consecutivo, pois chegara a 13,6% em março deste ano.

Serviços avançam em maio

Fonte: Agência de Notícias IBGE

O avanço de 0,9% do volume de serviços, de abril para maio de 2022, foi acompanhado por todas as cinco atividades de divulgação investigadas, com destaque para os transportes (0,9%), que recuperaram parte da retração de 2,5% verificada no mês anterior, e para informação e comunicação (0,9%), setor que emplacou o terceiro resultado positivo consecutivo, com ganho acumulado de 3,4%.

Os demais avanços vieram de outros serviços (3,1%); de profissionais, administrativos e complementares (1,0%); e de serviços prestados às famílias (1,9%). Enquanto os dois primeiros setores recobraram as perdas de abril, de -3,0% e -0,5%, respectivamente; a última atividade registrou o terceiro resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 8,1%.

Para o economista do ICL André Campedelli, o resultado mostra que o setor de serviços está estagnado, quando se faz o recorte da variação mensal, e em desaceleração, quando observado o acumulado em 12 meses.

“Grande parte dos ramos incluídos na categoria possuem apenas um crescimento comedido em maio e, inclusive, já mostram desaceleração em 12 meses. Isso pode ser um sinal preocupante para a economia brasileira, pois o ramo de serviços é o mais dinâmico atualmente, sendo responsável pela maior parte do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, pertencendo àquele grupo atividades que levaram a um resultado positivo da economia no primeiro semestre. Sua desaceleração pode significar uma desaceleração também do PIB para o segundo trimestre”, alerta.

Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral (0,9%) no trimestre encerrado em maio de 2022 frente ao nível do mês anterior, mantem comportamento positivo desde julho de 2020. Todos acompanharam o crescimento do índice global: os serviços prestados às famílias (2,6%); informação e comunicação (1,1%); os profissionais, administrativos e complementares (0,8%); os transportes (0,6%); e os outros serviços (0,5%).

Na comparação com maio de 2021, o volume do setor de serviços, ao avançar 9,2% em maio de 2022, registrou a 15ª taxa positiva seguida. O resultado deste mês trouxe expansão em quatro das cinco atividades de divulgação e contou ainda com crescimento em 62,0% dos 166 tipos de serviços investigados.

Entre os setores, o de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (12,5%) e o de serviços prestados às famílias (39,0%) exerceram as principais contribuições positivas sobre o volume de serviços, impulsionados pelo aumento de receita das empresas pertencentes aos ramos de transporte rodoviário de cargas; transporte aéreo de passageiros; rodoviário coletivo de passageiros; e navegação de apoio marítimo e portuário; no primeiro ramo; e de restaurantes; hotéis; serviços de bufê; e atividades de condicionamento físico, no último.

Os demais avanços vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (9,6%) e de informação e comunicação (4,0%), que apresentaram incrementos de receita em: em locação de automóveis; soluções de pagamentos eletrônicos; serviços de engenharia; locação de mão de obra temporária; organização, promoção e gestão de feiras, congresso e convenções; e atividades de cobranças e informações cadastrais, no primeiro setor; e em portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na Internet; consultoria em tecnologia da informação; desenvolvimento e licenciamento de softwares; tratamentos de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na Internet; desenvolvimento de programas de computador sob encomenda; outras atividades de telecomunicações; e atividades de exibição cinematográfica, no último.

Em contrapartida, a única taxa negativa do mês ficou com o setor de outros serviços (-4,0%), pressionado, especialmente, pela menor receita oriunda de recuperação de materiais plásticos; administração de bolsas e mercados de balcão organizados; corretores e agentes de seguros, de previdência complementar e de saúde; e atividades de apoio à agricultura.

No índice acumulado dos primeiros cinco meses de 2022, frente a igual período do ano anterior, o setor de serviços apresentou expansão de 9,4%, com quatro das cinco atividades de divulgação apontando taxas positivas e crescimento em 67,5% dos 166 tipos de serviços investigados. Entre os setores, a contribuição positiva mais importante ficou com o ramo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (14,9%).

Os demais avanços vieram de serviços prestados às famílias (37,8%); de profissionais, administrativos e complementares (8,4%); e de informação e comunicação (3,4%). O setor de outros serviços (-4,1%) registrou a única taxa negativa do acumulado no ano.

Serviços avançam em 16 das 27 unidades da Federação em maio

Regionalmente, 16 das 27 unidades da Federação assinalaram expansão no volume de serviços em maio de 2022, na comparação com o mês imediatamente anterior, acompanhando o avanço (0,9%) observado no Brasil. Entre os locais que apontaram taxas positivas nesse mês, os impactos mais importantes vieram de São Paulo (0,6%) e de Minas Gerais (3,3%), seguidos por Santa Catarina (3,3%), Mato Grosso do Sul (5,3%) e Amazonas (3,7%). Em contrapartida, Pernambuco (-3,1%), Rio de Janeiro (-0,2%), Mato Grosso (-1,7%) e Paraná (-0,4%) exerceram as principais influências negativas em termos regionais.

Na comparação com maio de 2021, o avanço do volume de serviços no Brasil (9,2%) foi acompanhado por 26 das 27 unidades da Federação. A principal contribuição positiva ficou com São Paulo (11,1%), seguido por Minas Gerais (15,0%), Rio Grande do Sul (14,8%), Ceará (24,1%) e Rio de Janeiro (2,4%). Em sentido oposto, o Distrito Federal (-4,3%) assinalou o único resultado negativo do mês.

No acumulado do ano 2022, frente a igual período de 2021, o avanço do volume de serviços no Brasil (9,4%) se ocorreu em 26 das 27 unidades da Federação. O principal impacto positivo em termos regionais ocorreu em São Paulo (11,0%), seguido por Minas Gerais (12,0%), Rio Grande do Sul (15,5%), Bahia (12,2%) e Rio de Janeiro (2,4%). Por outro lado, Rondônia (-1,0%) registrou a única influência negativa sobre índice nacional.

Atividades turísticas crescem 2,6% em maio

Em maio de 2022, o índice de atividades turísticas apontou expansão de 2,6% frente ao mês imediatamente anterior, terceiro resultado positivo consecutivo, período em que acumulou um ganho de 11,7%. Com isso, cabe destacar que o segmento de turismo se encontra apenas 0,1% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

Apenas quatro dos 12 locais pesquisados acompanharam este movimento de crescimento verificado na atividade turística nacional (2,6%). A contribuição positiva mais relevante ficou com São Paulo (2,5%), seguido por Rio Grande do Sul (3,9%), Bahia (1,5%) e Ceará (2,3%). Em sentido oposto, Rio de Janeiro (-2,8%), Goiás (-9,6%), Paraná (-4,4%) e Santa Catarina (-4,8%) assinalaram os principais recuos em termos regionais.

Na comparação maio de 2022 / maio de 2021, o volume de atividades turísticas no Brasil cresceu 45,6%, 14ª taxa positiva seguida, impulsionado, principalmente, pelo aumento na receita de empresas que atuam nos ramos de transporte aéreo; restaurantes; hotéis; locação de automóveis; rodoviário coletivo de passageiros; serviços de bufê; e agências de viagens.

Todas as doze unidades da Federação onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (50,5%), seguido por Minas Gerais (80,1%), Rio de Janeiro (24,6%), Rio Grande do Sul (58,7%) e Bahia (45,8%).

No indicador acumulado do ano, o agregado especial de atividades turísticas cresceu 50,2% frente a igual período de 2021, impulsionado, sobretudo, pelos aumentos de receita obtidos por empresas dos ramos de transporte aéreo de passageiros; restaurantes; hotéis; locação de automóveis; transporte rodoviário coletivo de passageiros; e serviços de bufê.

Todos os doze locais investigados também registraram taxas positivas, em que sobressaíram os ganhos vindos de São Paulo (56,7%), seguido por Minas Gerais (82,1%), Rio de Janeiro (27,9%), Bahia (47,2%) e Rio Grande do Sul (68,0%).

Transporte de passageiros varia -0,3% e o de cargas cresce 1,8%

Em maio de 2022, o volume de transporte de passageiros no Brasil registrou variação negativa de 0,3% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após ter acumulado um ganho de 27,2% entre novembro de 2021 e abril de 2022. Dessa forma, o segmento se encontra, neste mês, 0,4% abaixo do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 22,0% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

Por sua vez, o volume do transporte de cargas apontou expansão de 1,8% em maio de 2022, acumulando, assim, um ganho de 13,0% desde outubro de 2021. Dessa forma, o segmento alcança novo recorde, ao atingir, neste mês, o ponto mais alto de sua série. Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 25,9% acima de fevereiro de 2020.

No confronto com igual mês de 2021, sem ajuste sazonal, o transporte de passageiros teve a 14ª taxa positiva seguida (42,6%), ao passo que o transporte de cargas cresceu 13,7%, seu o 21º resultado positivo consecutivo.

No acumulado do ano, o transporte de passageiros cresceu 51,3% frente a igual período de 2021, enquanto o de cargas avançou 12,4% no mesmo intervalo investigado.

 

Agência de Notícias IBGE

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