Servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgaram hoje carta aberta em que alertam para as dificuldades enfrentadas pelo órgão, que ameaçam “deixar o Brasil despreparado para realizar o devido controle sanitário e garantir a proteção da saúde da população”. Segundo o documento, há falta de pessoal capacitado para realizar análises e relatos de assédios moral e sexual, entre outras críticas.
Publicada no site do Sinagências — sindicato que reúnes servidores das agências reguladoras brasileiras –, a carta aberta critica a escassez de profissionais. Atualmente, são 1.548 servidores ativos — em 2006 eram 2.673. De acordo com o documento, mesmo com a liberação do recente edital para contratar 50 novos especialistas, o número “é insuficiente para suprir as necessidades de uma única área técnica, quiçá de toda a Agência”.
O documento revela ainda que os servidores são submetidos à sobrecarga de trabalho e a atual gestão utiliza “métodos autoritários e anacrônicos de administração”, com “aumento expressivo de afastamentos por problemas de saúde mental relacionados ao trabalho”.
“Como se não bastasse isso, essa atual prática de gestão tem gerado uma escalada na Agência de atos de assédio moral e inaceitáveis casos de assédio sexual, que foram revelados recentemente”, afirma o documento.
Os servidores também criticam a atuação nas fronteiras do país. Segundo o documento, “a perda de fiscais sanitários nas áreas de portos, aeroportos e fronteiras têm acentuado a fragilidade do atual sistema”, deixando o Brasil vulnerável a agentes causadores de epidemias e pandemias.
Procurada, a Avisa informou que não irá se pronunciar sobre o assunto.
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