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Servidores do BC interrompem greve até 2 de maio à espera de reajuste, enquanto Polícia Federal estuda novas mobilizações

Servidores do BC e da PF cogitam mobilização permanente, como forma de protesto, caso Governo Bolsonaro insista no aumento 5%
20/04/2022 | 19h00

Os servidores do Banco Central resolveram dar um “voto de confiança” ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e suspender a greve por duas semanas na tentativa de avançar nas negociações por recomposição salarial e reestruturação de carreiras, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad.

Até dia 2 de maio, a categoria adotará operação-padrão, em que as atividades funcionam em ritmo mais lento, e retomará as paralisações diárias de 4h, de 14h às 18h, estratégia já adotada de 17 a 31 de março.

Segundo Faiad, a proposta estudada pelo governo de reajuste de 5% é insuficiente e a categoria vai apresentar uma contraproposta: abrir mão do reajuste de 27% desde janeiro de 2022, considerando apenas a partir de julho, para reduzir o impacto orçamentário este ano. “Além disso, cobramos novamente o atendimento integral à nossa pauta não salarial.” Até dia 2, a categoria vai esperar uma resposta à contraproposta ou nova proposta oficial do governo.

Na nota divulgada pelo Sinal, consta: “Nós declaramos que 5% são insuficientes, apresentamos uma contraproposta abrindo mão de que o reajuste de 27% seja no primeiro semestre de 2022, permitindo que a Medida Provisória tenha validade apenas a partir de 1/7/2022, e, além disso, cobramos novamente o atendimento integral à nossa pauta não salarial.”

Também as entidades representativas dos delegados, peritos e agentes federais se reúnem para debater  o aumento de 5% dado a todas as carreiras federais. De acordo com a corporação, isto descarta a reestruturação prometida pelo governo às categorias federais da segurança pública.

Ainda nesta semana, as categorias internas da PF devem votar uma mobilização permanente como forma de protesto contra a sinalização do governo de que não irá utilizar o R$ 1,7 bilhão reservado no Orçamento para reestruturar as carreiras da segurança.

Na terça, segundo o representante sindical do Sinal, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que 5% era a proposta oficial do governo e garantiu a implementação de dois pontos da pauta não salarial da categoria, que envolve também taxa de supervisão, considerar as carreiras do BC atividades exclusivas do Estado e aumento da autonomia do BC. Além disso, prometeu uma reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Campos Neto, porém, pediu confidencialidade sobre os pontos que seriam atendidos. “A tônica é um voto de confiança”, reforçou Faiad. “Apresentamos contraproposta e vamos negociar.”

A greve dos servidores do BC começou no dia 1º de abril. O movimento tem atrasado diversos boletins e publicações, dentre eles, o Boletim Focus, importante divulgação para acompanhar as expectativas para indicadores como o IPCA.

O BC disse que os relatórios, notas e indicadores pendentes de divulgação ou programados serão divulgados “o mais cedo possível”.

Entre esse conjunto de informações está o Relatório Focus, o Indeco, o Relatório de Poupança e o IBC-Br. “Informaremos com pelo menos 24 horas de antecedência as datas em que serão divulgados”, disse o BC.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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