O setor de serviços foi o mais dinâmico da economia brasileira, no acumulado do ano até outubro, último mês divulgado. O crescimento do segmento ficou em 8,7% no período, mesmo com um começo de ano conturbado, com duas quedas consecutivas em janeiro e fevereiro. Contudo, nos demais meses ocorreram crescimentos expressivos, acima de 1%. Os dados do setor, pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foram compilados e analisados pelos economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli, no “Economia Para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado”.
Porém, uma preocupação surgiu com o último dado revelado, uma vez que em outubro ocorreu queda mensal de 0,6% no setor. “Essa baixa aconteceu justamente em um momento em que o comércio apresentou melhora, mostrando uma máxima que já vem sendo dita aqui há algum tempo, a de que o brasileiro está tendo que escolher o seu gasto com o pouco de renda extra que possui: ou comprar algum bem, ou consumir algum serviço para lazer. Normalmente, a escolha é no setor de serviços, o que faz com que este acabe sendo o componente do PIB (Produto Interno Bruto) mais dinâmico atualmente”, dizem os economistas no boletim.
O ritmo de atividade do setor de serviços no acumulado em 12 meses apresentou leve alta, saindo de 8,8% para 9%. O resultado do mês de outubro de 2022 foi melhor do que o registrado no mesmo período do ano anterior, quando houve baixa de 1,3%.
“Novamente, nota-se que, mesmo com os problemas que surgiram nos últimos meses do ano, o setor de serviços continua tendo um dinamismo maior que os demais componentes do PIB do país no momento, e o crescimento econômico deve ser consequência do bom resultado do setor no ano”, pontuam.
Diversos ramos de atividades do setor de serviços registraram bom desempenho no acumulado do ano
No acumulado do ano, houve bom desempenho em diversos ramos do setor de serviços. O segmento de alojamentos e alimentação cresceu 28,7% no ano que se encerrou até outubro. Outros serviços prestados às famílias tiveram alta de 23,5%, como o de técnico-profissionais (+7,4%), administrativos (+7,9%), transportes terrestres (+19,1%), transportes aéreos (+34,7%) e armazenagem e correios (+2,4%).
“Boa parte dos ramos dentro do setor de serviços apresentaram elevação considerável de sua atividade no ano, o que determinou o bom resultado observado até o momento”, avaliam Deborah e André.
Em contrapartida, no acumulado em 12 meses ocorreram baixas em alguns ramos e alta em outros. Os destaques positivos ficaram, mais uma vez, com os outros serviços prestados às famílias, que apresentaram alta de 23,1%. Entre eles estão serviços técnico-profissionais (+7,4%) e transportes terrestres (+18,4%). Os destaques negativos ficaram com o setor de alojamento e alimentação, transportes aéreos e de armazenagem e correios, mas, ainda assim, os resultados gerais no acumulado continuaram robustos (27,4%, 36,5% e 3,2%, respectivamente).
Por fim, os economistas concluem que o setor de serviços mostrou maior dinamismo dentro dos principais componentes do PIB, e os resultados acumulados no ano e em 12 meses demonstram tal situação. “Mesmo com uma queda observada no último mês analisado, em geral, houve uma evolução bastante interessante dos serviços”, dizem.
Segundo eles, as pessoas decidiram sair mais de casa após o longo período de confinamento por conta da pandemia de Covid-19 e isso elevou o consumo de serviços.
O desafio do Brasil neste ano que começa, na avaliação deles, é dar mais dinamismo aos demais setores do PIB, para não ficar tão refém dos serviços para um bom resultado econômico.
Redação ICL Economia
Com informações do Economia Para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado
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