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Mesmo sob acusação de golpismo, Exército não recua e cria mais 2 cursos de Kids Pretos

Por envolvimento na tentativa de golpe, PSOL pediu ao Ministério da Defesa extinção desse batalhão
22/12/2024 | 10h49

O Estado Maior do Exército, comandado pelo general Richard Fernandez Nunes, criou mais dois cursos destinados à formação de militares: o curso de Forças Especiais (kids pretos) para oficiais e o curso de Forças Especiais para sargentos. A decisão foi tomada em meio à investigação da participação de militares formados nesses cursos no planejamento e execução da tentativa de golpe de Estado no páis.

Segundo a Polícia Federal, o general da reserva Mário Fernandes, que é um kid preto, seria um dos principais articuladores da trama golpista. Ele está preso.

Pelo envolvimento das Forças Especiais no plano de ataque à democracia brasileira, o PSOL pediu ao Ministério da defesa a extinção desse batalhão.

Os dois novos cursos têm como objetivo treinar os militares para ocupar cargos e desempenhar funções nas organizações que compõem o Comando de Operações Especiais e na 3ª Companhia de Forças Especiais.

As informações foram publicadas em uma portaria do dia 10 de dezembro deste ano e divulgadas por Robson Augusto no site Revista Sociedade Militar.

O processo seletivo para as Forças de Operações Especiais é realizado entre militares voluntários que realizam curso de Ações de Comandos e de Forças Especiais, segundo o Exército.

Os “kids pretos” passam por formação no Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói (RJ), no Comando de Operações Especiais em Goiânia (GO), ou na 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus (AM).

Como parte do treinamento, os militares aprendem a atuar em missões com alto grau de risco e sigilo, como em operações de guerra irregular — terrorismo, guerrilha, insurreição, movimentos de resistência.

“Kid preto” é um apelido informal atribuído aos militares de Operações Especiais do Exército Brasileiro, pelo fato de usarem um gorro preto.

De acordo com o Exército, os “kids pretos” podem atuar em todo o território nacional. No entanto, a corporação afirma que as tropas especiais só são empregadas por ordem do Comando do Exército, sob coordenação do Comando de Operações Especiais.

Kid preto é um apelido informal dos militares de Operações Especiais do Exército Brasileiro, pelo fato de usarem um gorro preto. — Foto: Divulgação/Exército

‘Kid preto’ é apelido informal dos militares de Operações Especiais do Exército Brasileiro, pelo fato de usarem um gorro preto. — Foto: Divulgação/Exército

Kids pretos foram presos suspeitos de planejar matar Lula, Alckmin e Moraes

Os “kids pretos” — também chamados de “forças especiais” (FE) — são militares da ativa ou da reserva do Exército, especialistas em operações especiais. Segundo o Exército, até o ano passado, os “kids pretos” tinham um efetivo aproximado em torno de 2,5 mil militares.

Em novembro deste ano, a Polícia Federal prendeu quatro militares do Exército ligados às forças especiais suspeitos de um golpe de Estado após as eleições de 2022 para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e restringir a atuação do Poder Judiciário.

São eles: general de brigada Mario Fernandes (na reserva); tenente-coronel Helio Ferreira Lima; major Rodrigo Bezerra Azevedo e major Rafael Martins de Oliveira.

Segundo a Polícia Federal, entre as ações elaboradas pelo grupo havia um “detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022” para matar os já eleitos presidente Lula e vice-presidente Geraldo Alckmin.

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