ICL Notícias

Por Nicolás Satriano, ICL Notícias

A saúde mental de atletas de alta performance era uma preocupação constante de Walewska Moreira, a campeã olímpica de vôlei que morreu na quinta-feira (21) ao cair do 17º andar do prédio onde vivia, nos Jardins, em São Paulo. É o que contou ao ICL Notícias Margareth Signorelli, amiga e sócia da ex-atleta, que chegou a conversar com Walewska duas horas antes da morte da campeã.

“O intuito dela era de ajudar atletas. Principalmente os profissionais, ela se preocupava muito. Ela sabia o quão difícil era viver nessa vida de alta performance. Ela se preocupava muito com o psicológico dos atletas”, disse Margareth, que é especialista em Terapia Focada nas Emoções (EFT, em inglês).

Era mais um sonho que Walewska conseguiu tirar do papel este ano, quando junto com Margareth estrearam o podcast Olympic Mind (Mentalidade Olímpica), programa em que a dupla entrevistava atletas brasileiros para “explorar as mentes e histórias inspiradoras” de esportistas de nível olímpico”. Um trecho da descrição do programa diz que o “podcast mergulha nas profundezas da psicologia esportiva e do bem-estar mental dos atletas de elite”.

Margareth Signorelli e Walewska, apresentadoras do podcast Olympic Mind

No Youtube, o primeiro episódio do Olympic Mind data de 21 de junho deste ano, quando Walewska e Margareth se apresentaram ao público e anunciaram a chegada do podcast. Era, como contou a própria Walewska, o primeiro projeto levado adiante por ela desde que deixou as quadras. Margareth resume a convivência com a campeã no estúdio como “um grande privilégio”.

“Ela enchia aquela sala de alegría. Fora o caráter, a bondade… Cada pessoa na rua ela parava e dava atenção, conversava. Ela era muito, muito especial. É uma perda irreparável”, contou Margareth, com a voz embargada.

A parceira de microfone de Walewska lembrou como foi a primeira vez que viu de perto a medalha de ouro da ex-jogadora de vôlei. O objeto, símbolo da mais alta glória olímpica, para Walewska tinha mais peso pelo processo que encorporava do que pelo status conferido a quem o leva pendurado no pescoço. “Era muito forte para ela. Representava o sacrifício para chegar ali”, explicou a amiga.

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