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Em decisão unânime, STF mantém presos suspeitos de mandar matar Marielle

Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux acompanharam decisão de Alexandre de Moraes
25/03/2024 | 11h03

A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria de votos para manter presos os suspeitos de mandar matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. A prisão foi consumada por decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes, que teve o referendo dos votos de Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil–RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão, acusados de serem os mandantes do crime, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que aparece na investigação como coautor.

O ministro Alexandre de Moraes convocou a 1ª turma do STF para analisar as prisões preventivas dos três suspeitos de terem mandado matar a vereadora Marielle Franco. A sessão virtual começou pouco depois da meia-noite e segue aberta até às 23h59.

Moraes havia autorizado a operação da Polícia Federal, chamada Murder Inc., que resultou na prisão dos irmãos Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa. O ministro também levantou o sigilo do relatório da Polícia Federal sobre os suspeitos do caso Marielle Franco.

Além das prisões, a polícia cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, todos no Rio de Janeiro. Foram alvo de buscas o delegado Giniton Lages, que esteve à frente do caso Marielle Franco no início das investigações na delegacia de homicídios do Rio; Marcos Antônio de Barros Pinto, que foi seu auxiliar; além de Robson Calixto Fonseca.

Caso Marielle

Relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes

Segundo o Inquérito da Polícia Federal, a vereadora foi assassinada por ser vista como um “obstáculo aos interesses” dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.

“Pelos fatos retratados na colaboração premiada de Ronnie Lessa, o motivo determinante de sua morte estaria relacionado a uma questão desempenhada de maneira mais discreta pelo seu mandato parlamentar, qual seja: a defesa do direito à moradia”, afirma trecho do relatório de cerca de 500 páginas da Polícia Federal.

Os agentes ainda apontam “diversos indícios” de envolvimento dos irmãos com milícia e grilagem de terras. “Por fim, ficou delineada a divergência no campo político sobre questões de regularização fundiária e defesa do direito à moradia.”

Horas após a operação, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que o desenrolar da operação era “extremamente significativo” e acrescentou que era uma “vitória do Estado brasileiro” no combate ao crime organizado.

Os três suspeitos foram levados do Rio de Janeiro para a capital federal, onde iriam passar a noite no presídio federal de Brasília. O planejamento prevê que eles sejam separados nas próximas horas. Rivaldo Barbosa deve permanecer preso nessa unidade penitenciária.

Chiquinho Brazão deverá ser levado para o presídio federal de Campo Grande (MS), enquanto seu irmão será encaminhado para a unidade de Porto Velho (RO). As transferências, no entanto, ainda dependem de decisão judicial.

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