ICL Notícias

Suprema Corte da Argentina vai analisar se ‘decretaço’ de Milei é constitucional

Segundo governador da província de La Rioja, Ricardo Quintela, medidas lesam 'gravemente o federalismo e institucionalidade da República'
30/12/2023 | 04h59

A Suprema Corte da Argentina vai avaliar a constitucionalidade do Decreto de Necessidade e Urgência de (DNU) do presidente Javier Milei, que começou a vigorar nesta sexta-feira (29). O pedido de avaliação foi feito pelo governador da província de La Rioja, Ricardo Quintela.

Em mensagem nas redes sociais, Quintela afirmou que entrou com a ação por acreditar que o ‘decretaço’ é inconstitucional. Segundo o governador, o DNU “lesa gravemente o federalismo, a institucionalidade da República, e coloca em um estado de vulnerabilidade o conjunto da sociedade argentina em seus direitos trabalhistas, sociais, econômicos e culturais”.

Quintela afirmou ainda que encaminhou pedido para que a Justiça da Argentina emitisse medida cautelar suspendendo todos os efeitos do DNU até uma resolução definitiva sobre o tema. O pedido, no entanto, não foi aceito.

A Suprema Corte informou que “estudará as questões submetidas à decisão depois do recesso” de janeiro. Assim, a ação de inconstitucionalidade só será efetivamente julgada em fevereiro.

Apresentado em 21 de dezembro, o DNU estabelece mais de 300 reformas em amplos setores da economia. No texto, há mudanças na legislação trabalhista e desregulamenta os preços de combustíveis, planos de saúde e tarifas de gás, água e energia, entre outros.

‘LEI ÓMINIBUS’

Além do DNU, Milei enviou, na última quarta-feira (27), ao Congresso, a ‘Lei de Bases e Pontos para a Liberdade dos Argentinos’. O projeto de lei ainda será votado e já é conhecido como ‘Lei Ómnibus’.

Com 664 artigos em 351 páginas, o projeto propõe um “estado de emergência” abrangente. Entre as medidas, o texto prevê o fim das eleições primárias, modificações no processo de eleição de deputados, aumento das penalidades para manifestantes contrários ao governo e maior desregulamentação da economia.

GREVE GERAL

Em protesto contra o DNU e a ‘Lei Óminibus’, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), principal entidade sindical da Argentina, anunciou ontem a convocação de uma greve geral para 24 de janeiro.

A greve geral está prevista para durar 12 horas e, no mesmo dia, haverá também protesto na Praça do Congresso, em Buenos Aires.

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail