Os dois presos na Operação Trapiche, da Polícia Federal (PF), por suspeita de planejarem atos terroristas no Brasil, passaram ontem por audiência de custódia em São Paulo. Ambos ficaram algemados durante toda a sessão.
Lucas Passos Lima e Jean Carlos de Souza negaram qualquer ligação com o Hezbollah. A dupla, no entanto, continuará presa e seguirá para o sistema prisional na próxima segunda-feira (13). A informação é do g1.
Lucas Passos Lima, de 35 anos, foi preso, na última terça-feira (7), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, ao voltar do Líbano. Ele informou à PF que mora em Brasília, é representante comercial e trabalha com regularização de imóveis.
“Você sair de um lugar para fazer parte de um grupo em guerra, você sair da sua paz para isso?”, questionou Lucas, que, há sete anos, foi preso por porte ilegal de arma de fogo.
Jean Carlos de Souza, de 38 anos, disse que mora em Joinville, Santa Catarina, e alegou que viaja com frequência porque trabalha com captação de negócios. Ele informou ainda que sempre é parado pela Polícia Federal, mas nunca por algo como suposto envolvimento com grupos terroristas.
“Eu acho absurdo isso. Falar: ‘Jean, você é participante de um Hamas, Hezbollah. Não sei como estão falando isso’. Estou preso, eu só queria um pouco mais de respeito em relação a isso. Não sou. Se chegar na minha família, eu não sou terrorista”, afirmou.
José Roberto Timoteo da Silva, advogado de Jean Carlos, afirmou se tratar de um “caso absurdo”. “É mais uma coisa para envergonhar a Justiça brasileira, sem qualquer base”, disse.
Os dois foram mantidos algemados durante a audiência de custódia porque o mandado de prisão menciona indícios de que os custodiados integram organização terrorista internacional.
OPERAÇÃO TRAPICHE
Na última quarta-feira (8), Polícia Federal realizou a Operação Trapiche com o objetivo de impedir ações preparatórias de terrorismo e conseguir provas relacionadas a um potencial recrutamento de brasileiros para atividades extremistas no país.
O alvo da ação policial seriam militantes associados ao grupo Hezbollah, que são suspeitos de planejar ataques a prédios pertencentes à comunidade judaica no Brasil.
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