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Por Ana Luiza Albuquerque*

(Folhapress) — O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse à CNN neste domingo (19) que não se filiará ao PL neste momento.

“Não teremos esse movimento no momento”, disse Tarcísio, ao ser questionado sobre uma possível data para a mudança de partido.

No fim de semana, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que Tarcísio disse a ele que se filiaria ao partido por volta de junho. À CNN o governador disse que isso não ocorrerá no próximo mês.

Segundo Valdemar, a filiação aconteceria devido a um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto garante ida do governador ao PL. Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

Integrantes do Republicanos avaliam que as declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre uma migração de Tarcísio de Freitas para o partido em junho, são uma forma de pressionar o governador a trocar de legenda, como mostrou o Painel.

Nesta segunda-feira (20), ao ser questionado sobre eventual mudança de partido de Tarcísio, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a quem o governador apoia na eleição municipal, disse não estar sabendo e acreditar que não vai acontecer.

De qualquer forma, ele pontuou que tanto o Republicanos como o PL são partidos aliados, então o cenário não muda. “A minha relação com o Tarcísio está excelente, independentemente do partido que ele esteja, porque a relação com ele é uma relação muito pessoal e de trabalho, então independe do partido.”

Tarcísio: especulações

Desde o início do ano aumentaram as especulações de que o governador estaria de mudança para o PL, com pressões públicas de Bolsonaro, sua esposa Michelle e parlamentares do partido. Mas, publicamente, Tarcísio e seu entorno nunca confirmaram o movimento.

Em março, quando questionado a respeito da mudança, ele negou a possibilidade.

“Hoje nós temos um time, que tem Republicanos, tem PL, tem PSD, tem PP, tem MDB, tem Podemos. Esse time está unido, então vamos trabalhar em prol desse time para que a gente tenha, em outubro, uma eleição municipal muito bem-sucedida. Estamos trabalhando dentro do normal, do que está previsto hoje, sem nenhuma mudança à vista de curto prazo”, afirmou o governador durante evento em São Paulo.

Naquela época, uma pessoa próxima ao governador foi categórica ao dizer à Folha que ele não estava de transferência naquele momento. A mudança, afirmou, era um desejo de Bolsonaro, os dois haviam conversado sobre o assunto e isso poderia ocorrer mais à frente.

Outro aliado de Tarcísio disse, na ocasião, que a transferência seria difícil diante das rusgas que o governador teve no passado com Valdemar Costa Neto. Mas ponderou que há boa relação com o partido em São Paulo, na figura do presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado (PL).

Aliados do governador, no entanto, sempre afirmaram que ele não teria como negar um pedido do próprio Bolsonaro. A candidatura de Tarcísio ao governo paulista foi sugerida pelo ex-presidente, que se engajou na campanha.

Ao fim do mês de março, na filiação da então secretária Sonaira Fernandes ao PL, Bolsonaro brincou que a “rede de arrasto” do partido poderia capturar também o governador. Tarcísio apenas riu, mas no mesmo evento fez um aceno à legenda: “Bolsonaro representa o que o PL representa hoje: Deus, pátria, família, liberdade. É o que a gente está falando o tempo todo”.

*Colaborou Carolina Linhares, de São Paulo

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