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Taxa de juros média do rotativo do cartão fica em 434,4% em novembro. Em 12 meses, houve avanço de 38,1 p.p.

Houve um recuo de 10,6 pontos percentuais na modalidade na comparação com outubro, quando a taxa estava em 445% ao ano.
04/01/2024 | 13h34

A taxa de juros média cobrada pelos bancos de pessoas físicas no rotativo do cartão de crédito ficou em 434,4% ao ano em novembro de 2023, segundo dados do Banco Central divulgados nesta quinta-feira (4). Houve um recuo de 10,6 pontos percentuais na modalidade na comparação com outubro, quando a taxa estava em 445% ao ano.

Apesar da redução mensal, em 12 meses até novembro, o avanço foi de 38,1 pontos percentuais. O juro do rotativo está acima dos 400% ao ano desde dezembro de 2022.

Ontem (3), passou a valer a nova regra do teto para os juros da dívida do rotativo do cartão. No entanto, a regra só vale para novos financiamentos. Agora, os bancos só poderão cobrar um limite de 100% de juros sobre a fatura não paga na integralidade. Ou seja, se a pessoa deve R$ 100, as instituições poderão cobrar o dobro (mais R$ 100).

A nova regra para o rotativo foi estabelecida pela lei do Desenrola Brasil e sancionada em outubro CMN (Conselho Monetário Nacional). .

Em novembro, houve liberação recorde de R$ 32,97 bilhões no rotativo do cartão de crédito. Foi o mês com maior volume concedido nessa modalidade desde o início da série histórica em março de 2011.

Na comparação mensal, houve aumento de 10,7% com relação aos R$ 29,78 bilhões liberados em outubro.

Mas, após atingir um pico em fevereiro do ano passado (R$ 84,7 bilhões), o saldo do rotativo vem recuando. Em novembro, ficou em R$ 62,9 bilhões.

Em novembro, a taxa média do parcelado do cartão teve redução de 0,4 ponto percentual, para 195,2% ao ano –contra 195,6% um mês antes. Segundo dados do BC, a inadimplência na modalidade foi de 9,7%, após queda de 0,3 ponto percentual no mês na comparação com outubro (10%).

As operações feitas por pessoas físicas no cartão de crédito à vista chegaram a R$ 400 bilhões, com alta de 3,6% no mês. Elas representam cerca de 75% das operações totais no cartão de crédito. Já as concessões na modalidade cartão de crédito totalizaram R$ 227,91 bilhões em novembro, elevação de 6,5% no mês.

Por sua vez, no cheque especial das pessoas físicas, a taxa subiu de 131,4% para 132,7% na mesma base de comparação.

Taxa de juros média a empresas e pessoas físicas cai para 41,8% em novembro

De modo geral, a taxa de juros média cobrada pelos bancos em operações financeiras para pessoas físicas e empresas recuou de 42,6% para 41,8% ao ano de outubro para novembro do ano passado. Essa foi a sexta queda seguida, levando a taxa a atingir o menor patamar desde setembro de 2022 (40,5% ao ano).

No crédito livre às famílias, o custo médio de juros alcançou 54,9% ao ano, com queda de 1,2 ponto percentual em novembro. Em 12 meses, o recuo foi de 2,4 pontos percentuais.

Nas operações de crédito incluindo pessoas físicas e jurídicas nos recursos livres, a taxa média de juros ficou em 41,8% ao ano, com diminuição mensal de 0,8 ponto percentual e queda de 1,2 ponto percentual em 12 meses.

O juro foi calculado com base em recursos livres, o que não inclui os setores habitacional, rural e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

O recuo da taxa bancária acontece após o Banco Central ter começado a reduzir o juro básico da economia, a Selic, em agosto de 2023. Atualmente, a taxa Selic está em 11,75% ao ano após quatro cortes seguidos.

No recorte para empresas, a taxa média de juros cobrada recuou de 22,8% em outubro para 22,2% ao ano em novembro. Este é o menor nível desde maio de 2022 (21,8% ao ano).

Por sua vez, nas operações com pessoas físicas, os juros caíram de 56,1% em outubro para 54,9% ao ano em novembro. É o menor patamar desde setembro de 2022 (53,8% ao ano).

Volume de crédito bancário cresce 0,9% em novembro

O volume total do crédito bancário no mercado teve alta de 0,9% em novembro, para R$ 5,66 trilhões, ante R$ 5,6 trilhões em outubro.

Para as empresas, o volume de empréstimos concedidos cresceu 0,8%, para R$ 2,2 trilhões, enquanto que, para as pessoas físicas, a expansão foi de 0,9%, para R$ 3,45 trilhões.

No que se refere às pessoas físicas, o aumento aconteceu principalmente devido às operações de cartão de crédito à vista, aquisição de veículos e crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).

Já o endividamento das famílias somou 47,6% da renda acumulada nos 12 meses até outubro do ano passado, sendo o mesmo patamar desde setembro de 2021 (47,5%).

A série histórica do BC para este indicador teve início em janeiro de 2005. Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava 41,8%.

Inadimplência com o rotativo atinge 53% em novembro

A inadimplência no rotativo do cartão atingiu 53% em novembro –alta de 9,7 pontos percentuais em 12 meses, apesar do recuo mensal de 1,9 ponto percentual na comparação com outubro.

O rotativo é a linha de crédito mais cara do mercado, recomendada por especialistas apenas em casos emergenciais. Ele é acionado quando o cliente não paga o valor integral da fatura na data de vencimento.

A taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito recuou de 3,5% em outubro para 3,4% em novembro deste ano. Este é o menor patamar desde março deste ano, quando somou 3,3%.

Entre as pessoas físicas, a inadimplência caiu de 3,9% em outubro para 3,8% em novembro, no menor nível desde setembro de 2022 (3,7%).

Nas empresas, porém, subiu de 2,8% em outubro para 2,9% em novembro. Trata-se do maior patamar desde maio de 2018, quando estava em 3%.

Para saber mais sobre os indicadores do BC, clique aqui.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias 

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