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O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central divulgou, na noite desta quarta-feira (16), a elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic, passando de 10,75% para 11,75% ao ano. Este é o maior patamar desde abril de 2017, quando a taxa estava em 12,25% ao ano. O aumento veio em conformidade com o que era esperado pelo mercado e não trouxe nenhuma surpresa.

Entre as justificativas para a atitude, o destaque ficou com a deterioração do cenário externo devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia, o que elevou o preço das commodities minerais e agrícolas e, consequentemente, pressionou os custos internos de produção. Internamente, o Copom utilizou o chamado risco fiscal, que ocorre no país, para justificar o aumento

No Boletim Economia para Todos, os economistas André Campedelli e Deborah Magagna, explicam que “o ritmo de atividade do setor de serviços teve uma queda esperada, porém, é um sinal de enfraquecimento da economia. O aumento da taxa Selic na tentativa de controlar a inflação possivelmente não vai gerar nenhuma redução de pressão inflacionária, além de piorar a situação econômica do país, dificultando ainda mais seu crescimento”.

Maior taxa de juros na ponta para o consumidor

O Brasil vive um desastre econômico. Esta foi a definição do economista e sócio-fundador do ICL, Eduardo Moreira, depois do anúncio do Copom, desta quarta (16). Ele destacou os recordes reversos na economia que o Brasil acumula na gestão Bolsonaro/Guedes: maior movimento de taxas de juros no Brasil do mundo; maiores juros na ponta para o consumidor no mundo; bancos com o maior lucro relativo ao seu patrimônio no mundo; um dos três países com maior taxa de desemprego entre todas as economias relevantes do mundo; segunda pior expectativa de crescimento entre 180 países analisados pela ONU no mundo, só à frente de Mianmar e Guiné Equatorial.

Moreira completa dizendo que “mesmo que alguém queira muito defender o Guedes, defender o Bolsonaro, não tem nenhum número para se agarrar”. Para o trabalhador brasileiro, o recado do economista do ICL é claro: “suas dívidas vão crescer ainda mais rápido O poder de compra dos ricos não perderá para inflação, bancado pelos impostos dos pobres. Seu emprego corre risco”.

Investimentos

Como a taxa básica de juros é a principal referência para o rendimento de investimentos em renda fixa como CDB, Tesouro Selic e fundos DI, por exemplo, esses produtos terão um rendimento nominal maior agora, mas a poupança vai continuar, praticamente, com o mesmo rendimento fixo, de 0,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial), conforme a fórmula que passou a valer após a Selic superar os 8,5%. A pequena diferença será permitida exatamente pela TR.

Redação ICL Economia
Com informações do Boletim Economia para Todos e Agências

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