O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) declarou, nesta quarta-feira (5), a lei estadual da Escola Sem Partido inconstitucional. No entendimento dos desembargadores, a lei viola a competência do Governo Federal em legislar sobre a educação. A decisão judicial ocorre após acionamento do PSOL.
A legislação foi sancionada pelo governador Jorginho Mello (PL) em fevereiro de 2023. A proposta, de autoria da deputada Ana Campagnolo (PL), estabelecia a “Semana Escolar de Combate à Violência Institucional Contra a Criança e o Adolescente” – que, na prática, institui o programa Escola Sem Partido na educação.
No final de 2023, o PSOL tentou barrar a lei, mas teve o pedido negado pela corte estadual. O partido, então, recorreu com embargos de declaração. Para o vereador de Florianópolis, Leonel Camasão (PSOL), “o objetivo dos proponentes dessa sandice é criar um clima de terror nas escolas, dirigido especialmente a violar os professores e profissionais da educação com uma patrulha ideológica permanente”
Com a nova decisão, o Tribunal de Justiça ainda declarou que a lei viola as liberdades constitucionais de ensinar e aprender e o pluralismo de ideias.
“Essa é uma vitória, acima de tudo, da Educação. Significa que o bolsonarismo não pode fazer tudo o que quer porque tem maioria em alguma casa legislativa. Mas, acima de tudo, representa que os estudantes terão direito à educação plural, sem censura ideológica. E os professores terão assegurado seu direito a liberdade de cátedra. É assim que deve ser” concluiu Camasão.
Relacionados
Ranking da vergonha: o Brasil entre os piores salários de professores do mundo
Mesmo em um cenário global de desvalorização docente, Brasil se destaca negativamente com um dos piores salários do mundo
Relatorias da ONU cobram Brasil por caso de mulher escravizada na casa de juiz de SC
Sônia Maria de Jesus é surda e segue no local onde foi encontrada em situação análoga à escravidão
Fies abre inscrições para vagas remanescentes do primeiro semestre
Prazo vai desta terça-feira até 29 de abril