Tremores de terra assustaram moradores de alguns bairros de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, na madrugada desta segunda-feira (13).
Nas redes sociais, internautas contaram que sentiram as casas balançando e relataram ter ouvido forte barulho. O prefeito Adiló Didomenico (PSDB) disse que regiões preservadas do município deslizaram “como se fossem um creme”.
“Estamos com deslizamento em encostas aonde a gente nunca imaginou. Áreas totalmente preservadas, que nunca teve uma interferência humana sequer, com vegetação natural, deslizando como se fosse um creme, um merengue”, contou Didomenico em entrevista ao UOL.
Em nota divulgada na manhã desta segunda-feira (13), a secretaria municipal do Meio Ambiente de Caxias do Sul informou que os tremores foram registrados em, ao menos, quatro bairros.
Segundo a pasta, os tremores são consequência da acomodação de camadas rochosas subterrâneas e não oferece riscos adicionais à população.
“É uma novidade para todos nós. A prefeitura vinha trabalhando, removendo as famílias, fazendo regularização fundiária e mapeando residências que precisam ser retiradas. Agora, esses lugares do interior que estão deslizando, a gente nunca imaginou”, acrescentou o prefeito.
Tremores
De acordo com o Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UNB), foram registrados, nas primeiras horas do dia, três tremores na Serra Gaúcha. O primeiro, de 2,4 graus, à 1h48 em Bento Gonçalves; o segundo, às 2h58, em Caxias do Sul, de 2,3 graus; e o terceiro às 3h03, com a mesma intensidade, em Caxias do Sul.
No último final de semana, partes do município voltaram a ser atingidas por chuvas torrenciais, causando mais deslizamentos de terra e danos na cidade, que teve o estado de calamidade pública decretado no último dia 2.
As consequências das chuvas já mataram ao menos nove pessoas na cidade. Uma pessoa está desaparecida.
Rompimento de adutora
Um deslizamento de terra registrado esta madrugada voltou a romper uma adutora que já tinha sido atingida em 1º de maio e provisoriamente reparada.
Consequentemente, a Estação de Tratamento de Água (ETA) Morro Alegre não está funcionando e o fornecimento de água para 52 bairros foi integral ou parcialmente interrompido.
De acordo com o diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, geólogo Caio Torques, o que ocorre é a acomodação de camadas rochosas subterrâneas, o que já aconteceu em outras oportunidades.
“Eventos desse tipo não têm poder de destruição, os moradores podem ficar tranquilos. Até agora não detectamos nenhum grande deslizamento de terra nas proximidades de onde foram sentidos”, explicou o geólogo.
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