Hoje é 6 de dezembro, ainda não montei árvore de Natal e não tenho a menor ideia de onde vou passar o Réveillon. Todo final de ano eu digo que vou me planejar melhor para não correr tanto nas últimas três semanas de dezembro. A quem estou tentando enganar? Promessas descumpridas, eu já desisto antes de começar.
O final do ano me convida a refletir sobre as experiências vividas, os desafios superados e os em superação. Sonhos ainda por realizar e principalmente por sonhar. Dizem que é um momento especial, uma transição que nos permite abandonar o que não nos serve mais e abrir espaço para novas possibilidades. 2024 foi o ano em que mais exercitei o “deixar ir” pessoas, apegos, conceitos, certezas e indiferenças. Chego a dezembro mais leve, mas ainda carrego pacotes que não são meus.
Gosto de pensar que o início do ano é como uma página em branco, onde posso traçar novos planos e caminhos. Que a vida não mais seguirá como seguiu até aqui, que as listas ficarão trancadas em 2024 e tudo será menos tempestade e mais mar calmo.
Não, né?
De todo modo, se eu cheguei inteira até aqui é porque de algum modo enfrentei as ondas de incertezas, apesar do medo. Tive ajuda, Elaine, minha analista, foi terra firme no horizonte.
Preciso aceitar que talvez nunca esteja realmente pronta, que as três últimas semanas de dezembro de 2025 serão caóticas mais uma vez. Que me organizar nessa época do ano é algo que não vai acontecer porque me alimento de movimento. Talvez sem tanto vento, na calmaria, eu não mais me reconheça.
Mas uma coisa é certa, o que vivi até aqui não vou desviver e logo será outro ano, com as mesmas 24 horas de hoje e de ontem e uma noite que separa um dia do outro. Viver é uma travessia.
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