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Trump diz que imigrantes que cometeram crimes introduziram ‘genes ruins’ nos EUA

O candidato republicano radicalizou seu discurso contra imigrantes na campanha presidencial deste ano
11/10/2024 | 11h59

O candidato do Partido Republicano à Presidência dos EUA Donald Trump sugeriu em entrevista a uma rádio que imigrantes que estão nos Estados Unidos e cometeram assassinato o fizeram porque “isso está em seus genes”. A entrevista foi conduzida pelo apresentador conservador Hugh Hewitt na segunda-feira (7). Trump ainda afirmou: “Há muitos genes ruins em nosso país neste momento.”

Em sua investida contra a presença de imigrantes nos Estados Unidos, Donald Trump vem dizendo que imigrantes estão mudando a composição hereditária dos EUA. Em 2023, ele chegou a afirmar que imigrantes que entram ilegalmente nos EUA estão “envenenando o sangue do nosso país”, afirmação que foi associada às teorias raciais de Adolf Hitler.

Na entrevista à Hewitt, Trump, ao falar das políticas de imigração dos Estados Unidos, mencionou dados divulgados pelo Departamento de Segurança Interna que incluem casos de sua administração. “Como se não bastasse permitir que pessoas cruzassem a fronteira aberta, 13 mil delas eram assassinos? Muitos deles assassinaram mais de uma pessoa”, disse Trump.

Trump: ‘Temos muitos genes ruins’ nos EUA

“E eles estão agora vivendo felizes nos Estados Unidos. Você sabe, um assassino — eu acredito nisso: está nos genes deles. E temos muitos genes ruins em nosso país neste momento. Além disso, 425 mil pessoas entraram em nosso país que não deveriam estar aqui e são criminosos.”

A campanha de Trump defendeu as declarações do candidato, dizendo que os comentários sobre genes foram sobre assassinos. “Ele claramente estava se referindo a assassinos, não a migrantes. É bastante nojento que a mídia esteja sempre tão rápida para defender assassinos, estupradores e criminosos ilegais se isso significa escrever uma manchete ruim sobre o presidente Trump”, disse Karoline Leavitt, secretária de imprensa nacional da campanha de Trump, em nota.

O jornalista conservador Hugh Hewitt entrevistou o Donald Trump (Foto: Redes sociais)

O Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA (ICE) divulgou dados de aplicação da lei de imigração ao deputado republicano Tony Gonzales em setembro sobre as pessoas sob sua supervisão, incluindo aquelas que não estão sob custódia do ICE. Isso incluiu 13.099 pessoas consideradas culpadas de homicídio e 425.431 criminosos condenados, mas esses números abrangem décadas, incluindo durante a gestão de Trump.

A campanha de sua adversária, a candidata do Partido Democrata Kamala Harris, não comentou as declarações de Trump.

‘Linguagem odiosa’, diz Casa Branca

Questionada durante um encontro com repórteres sobre os comentários de Trump, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse: “Esse tipo de linguagem é odiosa, nojenta, inadequada, não tem lugar em nosso país.” O governo Biden endureceu as restrições de asilo para migrantes, e Kamala Harris tem trabalhado para projetar em sua campanha uma postura mais dura sobre a imigração.

O ex-presidente e candidato republicano fez da imigração ilegal uma parte central de sua campanha de 2024, prometendo realizar a maior operação de deportação da história dos EUA, se eleito. No mês passado, durante seu debate com Kamala, Trump falsamente afirmou que imigrantes haitianos em Ohio estavam comendo animais de estimação.

Como presidente, Donald Trump já chegou a dizer a quatro congressistas negros, três deles nascidos nos EUA, que “voltassem para consertar os lugares totalmente quebrados e infestados de crimes de onde vieram”.

 

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