Por AFP
Donald Trump realizará neste domingo (19) um comício para seus apoiadores em Washington, horas antes de sua posse para um segundo mandato, que começará com um número “recorde” de decretos e deportações de migrantes em situação irregular.
O presidente eleito chegou a Washington no sábado com a esposa Melania e o filho Barron para dar início às comemorações com fogos de artifício em seu clube de golfe na Virgínia, nos arredores da capital.
Neste domingo, ele visitará o Cemitério Nacional de Arlington antes de realizar um esperado comício para seus partidários no Capital One Arena, um pavilhão localizado no centro da cidade. Em seguida, participará de um jantar.
O incansável republicano assumirá o lugar do democrata Joe Biden na segunda-feira, um feriado nacional nos Estados Unidos.
A posse ocorrerá dentro do Capitólio, e não nas escadarias, devido às temperaturas glaciais previstas.
Durante a campanha, Trump prometeu implementar a maior deportação de migrantes em situação irregular da história do país e pretende cumprir sua promessa.
Em declarações à NBC News no sábado, ele afirmou que “imediatamente” após a posse assinará um número “recorde” de decretos presidenciais, muito provavelmente para reverter algumas das políticas implementadas por Biden.
Seu “czar da fronteira”, Tom Homan, declarou ao Washington Post que a nova administração prenderá as pessoas consideradas “ameaças à segurança pública” a partir do “primeiro dia”.
Kristi Noem, escolhida por Trump como secretária do Departamento de Segurança Interna (DHS), afirmou na sexta-feira no Senado que a prioridade será “os criminosos” e, em seguida, os migrantes com “ordens definitivas de expulsão”.

Donald Trump toma posse amanhã em seu segundo mandato como presidente
No primeiro mandato, Trump mudou o sistema migratório
Durante seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, Trump promulgou “472 mudanças administrativas” que impactaram o sistema migratório, segundo um relatório do Instituto de Políticas Migratórias (MPI).
“Todo esse trabalho foi realizado quase exclusivamente pelo Poder Executivo, com amplas proclamações presidenciais, ordens executivas, diretrizes políticas departamentais e centenas de pequenos ajustes técnicos”, destacou o relatório.
As associações de defesa dos direitos humanos estão preocupadas com o destino dos mais de 11 milhões de migrantes em situação irregular nos Estados Unidos.
Milhares de pessoas, muitas delas mulheres, protestaram no sábado em Washington contra o magnata.
Trump iniciará um segundo mandato com uma estreita maioria no Congresso, a Suprema Corte inclinada para a direita e um gabinete que lhe jurou lealdade. Além disso, com sua própria criptomoeda, lançada na sexta-feira para surpresa do setor de moedas digitais.
Neste domingo, Trump pediu que os Estados Unidos se tornem coproprietários do TikTok e prometeu um decreto para adiar a proibição do aplicativo.
O anúncio foi feito poucas horas depois de o TikTok ser desativado nos Estados Unidos devido a uma lei que proíbe o aplicativo em nome da segurança nacional, após o término do prazo para que os proprietários chineses, ByteDance, vendessem sua filial americana a compradores não chineses.
Após o anúncio de Trump, a plataforma declarou neste domingo que estava “em processo de restabelecer o serviço”.
Em uma mensagem publicada em sua conta na rede X, o grupo agradeceu ao presidente eleito por proporcionar a “clareza e segurança necessárias” para sua operação, garantindo aos provedores de serviços de internet e lojas de aplicativos que estariam isentos das duras sanções econômicas previstas pela lei caso mantivessem o TikTok acessível ao público.
Biden, Luther King e Oriente Médio
Enquanto isso, Biden viajou neste domingo à Carolina do Sul para visitar a igreja de Charleston, onde um homem branco matou nove fiéis negros em 2015. Segundo um funcionário da Casa Branca, ele falará sobre o legado do ícone dos direitos civis Martin Luther King Jr.
Na Carolina do Sul, o presidente comemorou o cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza e afirmou que a região do Oriente Médio passou por uma “transformação fundamental”.
O octogenário democrata se despediu nesta semana de seus compatriotas, alertando-os de que está se formando uma “oligarquia” que “ameaça” a democracia nos Estados Unidos.
“Agora cabe a vocês montarem guarda”, declarou, referindo-se aos magnatas tecnológicos que apoiam Trump, especialmente o homem mais rico do mundo, Elon Musk.
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