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Por unanimidade, registro da candidatura de Rodrigo Amorim é indeferido pelo TRE

Deputado foi condenado por violência política de gênero contra a vereadora Benny Briolly (Psol)
03/10/2024 | 15h34

Por Berenice Seara, Tempo Real RJ

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), na sessão desta quinta-feira (03), decidiu pelo indeferimento do registro de candidatura do deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil) a prefeito do Rio. Os desembargadores avaliaram o recurso do PSOL contra a inscrição do deputado estadual, que foi condenado pelo próprio TRE à pena de um ano e quatro meses de reclusão por violência política de gênero contra a vereadora de Niterói Benny Briolly.

Na primeira sessão, realizada na terça-feira (01), o relator, Rafael Estrela, defendeu o indeferimento da candidatura. Maria Helena Pinto, Ricardo Perlingeiro, Daniela Bandeira, Kátia Junqueira e o presidente da corte, Henrique Carlos de Andrade Figueira seguiram o voto do relator. Fernando Cabral Filho pediu vista, e o julgamento foi retomado na tarde desta quinta. Cabral também seguiu o relator.

Na primeira instância, a juíza Maria Paula Gouvêa Galhardo chegou a indeferir a candidatura. Mas a magistrada voltou atrás e acabou aceitando o registro até decisão final do TRE, uma vez que Amorim havia entrado com embargos contra a condenação no próprio tribunal.

O deputado estadual Rodrigo Amorim

Deputado estadual Rodrigo Amorim

Rodrigo Amorim foi condenado em ação criminal

Representando o PSOL, o advogado Luiz Paulo Viveiros de Castro lembrou que o recurso impetrado pelo candidato do União já está há tempos sem ser avaliado:

“Rodrigo Amorim foi condenado numa ação criminal, julgada no primeiro semestre deste ano, por um crime que leva à condição de inelegibilidade. Esse processo teve um embargo de declaração, que está há pouco mais de 100 dias sem ser julgado e até hoje não tem uma decisão do colegiado”, argumentou.

Já o advogado de defesa, Tiago Santos, rebateu:

“Esse efeito suspensivo é pretérito à sentença que indeferiu. Cumpre frisar que o próprio parecer ministerial é pelo desprovimento do recurso. Um dos impugnantes era o Ministério Público Eleitoral, mas optou por não recorrer. É cristalino que o efeito suspensivo afasta a inelegibilidade nesse caso.”

À noite, a campanha do deputado divulgou uma nota sobre a decisão.

“O candidato Rodrigo Amorim (União Brasil) informa que sua candidatura será mantida e seus advogados entrarão com recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com efeito suspensivo. O nome já está na urna e a presença no debate na noite de quinta-feira (03) está garantida”.

Histórico de Rodrigo Amorim

Em setembro deste ano, uma carta aberta destinada a Rodrigo Amorim, “em defesa da democracia e contra a violência na política”, foi assinada por nove partidos, no Rio, depois de um caso de agressão ao candidato a vereador pelo PT, Leonel Querino, o “Leonel de Esquerda”. O episódio de violência aconteceu no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio, no último domingo.

Rodrigo Amorim é apontado como agressor do candidato petista, mas Amorim nega. Os partidos afirmam que Amorim “possui reiterado comportamento relacionado à violência política em curta trajetória na vida pública”.

Um dos casos mais conhecidos é a manifestação de 2018 em que ele quebrou uma placa com o nome de Marielle Franco. Em outro caso, citado no início desta reportagem, ele cometeu transfobia com Benny Briolly, vereadora trans do PSOL em Niterói, e foi condenado por violência política de gênero pelo TRE do Rio.

 

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